"Salvador ganhou. Só podia, na minha perspectiva. Mas era só a minha. O festival foi desde há muito, para mim, um depositário de chavões que incarnava o mau gosto e o oposto da música popular como forma de arte. E não me surpreendeu pela positiva", escreveu o músico na sua página no Facebook, revelando que conhece o vencedor do Festival Eurovisão da Canção desde "miúdo".

"Conheço-o desde miúdo e quando o vi cantar Stevie Wonder fiquei pregado ao chão. Ainda tinha ele a idade do Little Stevie. Desde que o ouvi que achei, e quem me ouviu sabe, o miúdo o máximo. Na verdade, nunca pensei que a Luisinha se revelasse tal compositora", revelou Rui Veloso.

O cantor confessou ainda ter ficado surpreendido com a votação. "O que mais me surpreendeu, e que me parece que é até uma revolução, foi a votação maciça numa canção que sai dos cânones tradicionais da Eurovisão. Contrariando a política vigente há anos dos media, que sempre dizem que dão ao povo o que este quer, desconsiderando-o e diminuindo-o na sua inteligência", frisou.

"Esta vitória é também da civilização e prova que, acima de tudo, e contrariamente ao que nos querem impingir, o povo sabe bem distinguir o que é realmente bom. O que nos toca o coração ou não. Por isso, por muito desprezo que eu tenha por este certame... Viva ao Salvador Sobral e à Luisa Sobral por nos mostrarem que no nosso coração ninguém manda", acrescentou ainda Rui Veloso.