Parece que nem tudo é tão belo como Peter Jackson mostrou nos filmes "O Senhor dos Anéis" e "O Hobbit".

O realizador Taika Waititi fez comentários sobre o país que se tornaram incendiários e até já levaram esta terça-feira à intervenção da primeira-ministra.

A revista britânica Dazed and Confused juntou o realizador da sensação "O Que Fazemos nas Sombras" (2014) e se tornou conhecido a nível mundial com "Thor: Ragnarok" (2017), e Ruban Nielson, músico dos Unknown Mortal Orchestra, ambos de origem Maiori (o povo nativo da Nova Zelândia).

A certa altura durante a conversa, o entrevistador admite que tem uma visão idealizada em que a Nova Zelândia é como a Austrália, mas sem o racismo e o sentido de humor "manhoso".

"Não, é racista como tudo", foi como reagiu Taika Waititi. O que é uma das traduções possíveis do que realmente disse: "It’s racist as f***".

"Acho que a Nova Zelândia é o melhor sítio do planeta, mas é racista. As pessoas simplesmente recusam-se a pronunciar os nomes Maori como deve ser. Ainda há estereótipos quando se trata de polinésios. Não sequer é uma questão de cor – do tipo 'Oh, vai ali um negro'. É do género 'Se és polinésio, então estás a ser categorizado.", explicou Taika Waititi, eleito Personalidade do Ano naquele país em 2017.

Mais adiante, o realizador carregou mais nas cores: "As pessoas em Auckland [a maior cidade do país] são muito paternalistas. São do género 'Oh, saíste-te tão bem, não foi? Tendo em conta como cresceste. Para um dos teus'".

De acordo com a Comissão de Direitos Humanos da Nova Zelândia, o racismo no país está a crescer e estes comentários tiveram grande repercussão na comunicação social e nas redes sociais, com direito até a nome: "debate racist-as-F**k". O tema chegou à primeira-ministra.

"Acho que será difícil encontrar um país onde não exista racismo, a Nova Zelândia é um deles", disse Jacinda Ardern a um programa de rádio esta terça-feira, acrescentando que é uma realidade global em que se pode fazer mais para melhorar.

A Comissária de Relações Raciais, Susan Devoy, concordou com Taika Waititi, dizendo que são um sinal de "liderança corajosa".

"Vi fazerem-lhe críticas por falar contra coisas que não são boas na Nova Zelândia. Acho que ele está a dar a cara, a mostrar humanidade em ação e a chamar a atenção para um problema que experimentou pessoalmente e a pedir à Nova Zelândia para fazer melhor", elogiou ao programa Breakfast.

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