A atribuição do prémio de 2021 foi decidida por um júri presidido por Miguel Abreu e do qual também fizeram parte os produtores Alexandre Oliveira, Cláudia Regina, Conceição Mendes, Joana Ferreira, Manuela Jorge, Mónica Almeida, Nuno Ricou Salgado, Rita Sousa Guerreiro, Rui Matoso e Tânia Guerreiro.

O prémio é atribuído pela Academia de Produtores Culturais, associação privada criada em 1999, que reúne produtores de artes performativas, de cinema e música, curadores de museus e outros mediadores empenhados no desenvolvimento da cultura.

O galardão é atribuído de dois em dois anos, ao melhor produtor cultural a trabalhar em Portugal, homenageando assim a memória da produtora Natércia Campos, como indica a organização.

"A Academia tem sempre premiado as pessoas singulares e não as pessoas coletivas, pelo que sendo a Inês Bettencourt da Câmara o rosto mais visível da Mapa das Ideias e o nome que votamos, ainda assim, é de elementar justiça estender este prémio à sua sócia e cofundadora da empresa, já que, além de toda a equipa que constituíram, é a esta dupla de mulheres que se deve a criação e dinamização desta estrutura desde o ano zero", refere uma nota do júri.

A Mapa das Ideias, que celebra 21 anos de atividade, nasceu do desejo de criar experiências e projetos centrados na cultura, no património e na cidadania, construindo relações entre públicos, as artes e o conhecimento.

Desde 1999, têm visado ajudar organizações e instituições culturais a cumprir a sua visão artística, a sua finalidade social e a sua sustentabilidade económica.

Inês Bettencourt da Câmara, que é diretora da Mapa das Ideias desde a formação, em 1999, é formada em comunicação social e doutoranda em ciências da comunicação, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), e interessa-se em especial pelas funções sociais e institucionais de museus, gestão cultural e comunicação cultural e desenvolvimento de públicos. Pertence ao comité executivo da irganização não-governamental europeia “Culture Action Europe”.

É também membro do Comité Internacional de Profissionais de Museus (ICOM), da Sociedade Portuguesa de Comunicação (SOCOM), da Associação Portuguesa de Museologia (APOM) e da Associação Europeia de Sociologia (ESAL).

Ana Fernambuco é mestre em Sociologia no ISCSP e tem trabalho direcionado para processos de inclusão social, representações sociais e práticas culturais.

É diretora executiva da associação Histórias para pensar, membro do ICOM e também membro da direção da Bussiness Angels Clube de Lisboa.

Natércia Campos nasceu a 7 de julho de 1935 e desde cedo direcionou o seu interesse para a cultura, tendo trabalhado no Instituto da Alta Cultura, na Comissão Instaladora da Universidade Nova de Lisboa, na secretaria de Estado da Cultura e Investigação e no Ministério da Cultura.

No âmbito da sua atividade, no antigo Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis (FAOJ), começou a aproximar-se cada vez mais das áreas de animação e teatro, tendo, em 1976, entrado para A Comuna, onde iniciou trabalho na área da produção.

Natércia Campos, que morreu em março de 2006, fez parte da equipa que dirigiu a área cultural da Expo98 e realizou um programa cultural de sua autoria na RDP, intitulado "Teatro é Cultura".

Fez também parte da companhia O Bando, de cuja direção fez parte, e onde foi produtora durante 19 anos.