O poeta albicastrense António Salvado, autor de mais de 80 títulos, morreu no domingo aos 87 anos, no Hospital Amato Lusitano, em Castelo Branco, onde se encontrava internado.

Autor de mais de 80 títulos, entre os quais “Poesia nos versos de António Salvado - Antologia”, o seu último livro, editado pelo Ensino Magazine em fevereiro, por ocasião do seu 87.º aniversário e que apresenta um conjunto significativo de poemas selecionado pelo próprio.

O presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, “lamentou profundamente” a morte de António Salvado, no domingo, considerando que “a cidade e toda a região está em consternação”.

“António Salvado é uma referência da cultura da nossa cidade e do nosso concelho. É alguém que ao longo de muitos anos se vem afirmando como um poeta reconhecido, não apenas em Castelo Branco, mas também a nível nacional e internacional”, afirmou.

O autarca salientou ainda o Prémio Internacional de Poesia António Salvado - Cidade de Castelo Branco, que associa o nome do poeta à cidade e que se afirmou no panorama da cultural internacional.

“A perda de alguém com esta dimensão cultural, com esta aceitação e reconhecimento é uma perda muito, muito grande. Temos que homenagear o homem, temos que homenagear o poeta, temos que reconhecer todo o seu contributo para a nossa cultura e para a sua divulgação”, realçou Leopoldo Rodrigues.

António Forte Salvado nasceu em Castelo Branco no dia 20 de fevereiro de 1936, na zona histórica da cidade.

Poeta, ensaísta, crítico, antologiador, tradutor, diretor de publicações, tem colaboração poética em antologias, revistas e suplementos literários.

Obteve várias distinções de que se destaca a comenda da Ordem de Santiago da Espada atribuída, em 2010, pelo conjunto da sua obra poética ou a medalha Fray Luis de León de Poesía Iberoamericana, em 2021.

Está traduzido em castelhano, francês, italiano, inglês e japonês. Verteu para português, entre outros, os poetas Claúdio Rodriguez, Ricardo Paseyro, Alfredo Perez Alencart e António Colinas.

Foi durante vários anos, o diretor do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco, cidade onde também lecionou.

Licenciou-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e foi doutor ‘honoris causa’ pela Universidade da Beira Interior, na Covilhã.

O corpo de António Salvado está em câmara ardente na Igreja de Nossa Senhora de Fátima (Fradinhos) até à manhã de terça-feira.

O cortejo fúnebre decorre a partir das 11h00 para o cemitério de Castelo Branco.