“É possível que um ou dois editores portugueses públicos independentes participem na feira este ano. Estamos a manter um diálogo alargado com a associação portuguesa e com representantes do Governo e estivemos muito perto de ter uma presença portuguesa na feira”, adiantou hoje à agência Lusa.
Questões financeiras terão impedido um acordo, revelou, "mas o diálogo continua aberto”.
“Esperamos que nas próximas edições possamos ver uma presença portuguesa na feira, tal como queremos ter outros países”, acrescentou Rapley.
O presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), Pedro Sobral, negou que tenham sido existido conversas recentes, recordando “contactos superficiais” para há alguns anos atrás, antes de 2019.
“Avaliámos internamente várias feiras, mas este ano optámos por reforçar a presença na Feira do Livro de Bolonha [08-11 abril] devido ao interesse dos associados, porque o segmento infantojuvenil está em crescimento”, para além da participação habitual na Feira do Livro de Frankfurt (16-20 outubro), justificou.
A Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas também indicou não ter tido contactos com a organização para garantir uma presença portuguesa.
Este ano, a Feira do Livro de Londres terá como novidades os pavilhões da Grécia, Índia e China, junto a presenças habituais como a Alemanha, Holanda, Itália ou Coreia do Sul.
No entanto, o certame continua a ser dominado por empresas e editores de países de língua inglesa, nomeadamente do próprio Reino Unido e dos Estados Unidos.
Este ano, a Feira do Livro de Londres vai realizar-se um mês mais cedo para tentar marcar o calendário da indústria, apostando na diferença de ser aberta apenas a profissionais para a negociação de direitos e venda e do licenciamento de diferentes formas de conteúdo, seja áudio, televisão, cinema e digital.
Os visitantes são sobretudo editores, agentes literários, caçadores de talentos literários, programadores de televisão e produtores de cinema.
"O nosso objetivo é que este seja um local de aprendizagem e descoberta de novas tendências, onde fornecemos diferentes formas de conteúdo ou conferências, programas de seminários. Mas é também uma plataforma global, para indivíduos e empresas explorarem o que está a acontecer com algumas das novas tecnologias”, adiantou o responsável num encontro com os jornalistas.
Rapley disse que o áudio continua a ser um mercado em crescimento no setor do livro, abrangendo áreas como os audiolivros, a audição áudio e os podcasts, por este segmento terá uma nova na feira.
No total, está prevista a participação de mais de mil empresas internacionais nesta edição da Feira do Livro de Londres, 100 das quais pela primeira vez.
O diretor do evento disse que a organização tentou ser comedida em termos de preços para os expositores e vincou que o aumento relativamente a 2023 "foi muito inferior à inflação no Reino Unido”, atualmente nos 4%.
O programa inclui mais de 130 seminários com autores como Richard Osman, Taylor Jenkins Reid, Joseph Coelho, Lemn Sissay, Natasha Carthew, Danielle Jawando, Abiola Bello ou Selina Mills.
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