A exposição é composta por 61 obras, das 75 que o Centro de Arte Moderna (CAM) possui, envolvendo peças de “pintura a óleo sobre tela, madeira e cartão, trabalhos a aguarela, tinta-da-china, guache, pastel, grafite e carvão sobre papel, gravuras e serigrafias”, lê-se numa nota e imprensa enviada à agência Lusa.

As 61 obras de Resende estão situadas numa cronologia que vai dos anos 40 aos anos 80 do século XX, evidenciando uma obra “riquíssima de experimentação técnica e de pesquisa formal", que "confirma o domínio dos processos da arte moderna e daqueles que levaram à sua renovação”, acrescenta a mesma nota.

Nesta exposição na Casa do Desenho, o visitante vai ter oportunidade de rever peças que foram expostas nas V e VI Bienais Internacionais de Arte de S. Paulo, no Brasil.

A Fundação Calouste Gulbenkian adquiriu parte das obras de Júlio Resende da sua coleção nos anos de 1960, para decorar o bar da biblioteca do edifício da fundação, inaugurado em 1969. Seguiu-se a aquisição de mais três peças em 1971, 17 peças em 1983, e outras 19, na abertura do Centro de Arte Moderna, em 1983.

Júlio Resende participou na I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian em 1957, onde recebeu o 2.º Prémio de Pintura.

A Gulbenkian organizou uma retrospetiva da sua obra em 1989, exclusivamente dedicada à pintura e, ao longo do tempo, as obras de Resende circularam em exposições itinerantes, que têm sido cedidas a outras instituições, permitindo novas leituras sobre a sua produção.

Na exposição da Casa do Desenho vai também haver a oportunidade de rever retratos de José Régio e Miguel Torga, pintados por Resende, que não são mostrados há décadas e são menos conhecidos.

Júlio Resende (1917-2011), natural do Porto, é autor de uma vasta obra de pintura, desenvolvida entre os anos 30 do século XX e a primeira década do século XXI.

Nos anos 1950 promoveu as Missões Internacionais de Arte.

Em 1970 foi o responsável pela orientação estética do espetáculo de Portugal na Exposição Mundial de Osaka e, nos anos 1990, reforçou a relação com os países de língua portuguesa, promovendo estadias artísticas em Moçambique, Cabo Verde e em Goa.

Morreu aos 93 anos, em 21 de setembro de 2011, na sua casa em Valbom, Gondomar.

A exposição “61 obras de Resende da Coleção do CAM Fundação Calouste Gulbenkian” fica patente até 11 de outubro 2025.