O maestro José Atalaya morreu na passada sexta-feira, aos 93 anos, disse hoje à agência Lusa fonte próxima da família.

Numa nota divulgada no portal da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa apresenta condolências à família do maestro e recorda o seu percurso.

O chefe de Estado escreve que José Atalaia "foi durante décadas um dos mais conhecidos divulgadores da música erudita em Portugal".

Morreu o maestro José Atalaya, que gostava dos

"Através do seu trabalho e dedicação, em registo informado e informal, à imagem de Leonard Bernstein, diversas gerações portuguesas tiveram a sua primeira, e às vezes decisiva, educação musical", acrescenta o Presidente da República.

Nesta mensagem de pesar, refere-se que José Atalaia foi "aluno de Luís de Freitas Branco" e "estreou-se como compositor em 1955, numa carreira que o levaria mais tarde à música eletrónica e eletroacústica".

"Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, viria a destacar-se como musicólogo, maestro e pedagogo, em programas da Emissora Nacional, depois RDP, e da RTP, tendo também fundado a Juventude Musical Portuguesa e dirigido o Grupo Experimental de Ópera de Câmara, a Orquestra Sinfónica do Porto e a Orquestra Clássica do Porto, sem esquecer a Academia de Música que tem o seu nome, em Fafe, entre muitas outras iniciativas, concertos e festivais", lê-se na nota.

O velório de José Atalaya realiza-se na quinta-feira, na igreja de Nossa Senhora da Boa-Hora, em Lisboa, entre as 10h00 e as 14h00, seguindo o funeral para o cemitério de Barcarena, em Oeiras, no distrito de Lisboa.

Nascido em Lisboa, a 8 de dezembro de 1927, José Atalaya ingressou, em 1951, como assistente musical, na antiga Emissora Nacional, onde iniciou um percurso de divulgação que se estendeu à RTP e a diferentes palcos nacionais, através de programas como "Quinzenário Musical" e "Semanário Musical", que manteve durante mais de 15 anos e que, em 1971, em entrevista, considerou um dos seus trabalhos "mais apaixonantes".

Discípulo de compositores como Luís de Freitas Branco e Joly Braga Santos, José Atalaya defendia a necessidade de "destruir a barreira entre o público e o artista" e de "informalizar os concertos" de música erudita, sugerindo, em plena ditadura e depois dela, que deviam ser assistidos "em mangas de camisa", numa inspiração próxima nos célebres "Concertos para Jovens", do maestro e compositor norte-americano Leonard Bernstein.