Charles Bradley, um dos veteranos da soul, morreu este sábado aos 68 anos, anunciou o site Consequence of Sound. A notícia já foi confirmada pela página oficial do Facebook do cantor.
O artista tinha sido diagnosticado com um cancro do estômago em 2016 e o seu estado de saúde frágil já o tinha obrigado a cancelar o concerto no Rock in Rio, no Rio de Janeiro, no passado dia 16, bem como todas as datas da digressão internacional de mais de 30 concertos, que incluía atuações em Lisboa e no Porto no final de novembro.
“Como devem saber, o Charles foi diagnosticado com um cancro de estômago no outono passado e, depois de se ter submetido a tratamento, voltou à estrada na primavera. Começou a sentir-se cansado durante as recentes datas da digressão e tomou conhecimento de que o cancro se tinha alastrado ao fígado, apesar de não ter regressado ao estômago. Ele vai tirar algum tempo para se concentrar no tratamento e na recuperação”, esclareceram então as redes sociais de Bradley.
"Obrigado a todos por compreenderem. A música é como partilho o meu amor com o mundo e o amor que tenho recebido de volta dos meus fãs tem-me dado imensa alegria. Espero ver os vossos queridos rostos em breve e continuar a partilhar o meu amor através da música", lamentou o cantor na altura através de um comunicado da promotora da Vodafone Mexefest, festival lisboeta no qual atuaria dois dias depois do espetáculo no Coliseu do Porto, a 23 de novembro.
A agência do músico em Portugal, Ao Sul do Mundo, referiu em comunicado que "os portadores de bilhetes para o concerto no Coliseu do Porto serão reembolsados a partir de [quinta-feira], nos locais onde foram adquiridos".
Apesar de uma longa carreira, Bradley só lançou o primeiro disco, "No Time for Dreaming", aos 63 anos, em 2011, para vir a ser aclamado pela crítica e pelos fãs em concertos. Seguiram-se os álbuns "Victim of Love" (2013) e o mais recente "Changes", do ano passado.
O cantor teve um percurso de vida marcado pela pobreza e precariedade e a entrada oficial na música deu-se depois de ter sido descoberto pela editora Daptone Records, quando fazia atuações como "Black Velvet", imitando James Brown, uma das suas referências musicais.
As prestações ao vivo e o repertório soul funk convocavam ainda outras figuras como Otis Redding e Al Green.
Charles Bradley esteve em território português três vezes entre 2013 e 2015.
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