Na sua intervenção inicial do encontro, organizado pela Casa do Brasil em Lisboa, Margareth Menezes salientou também o que classificou como “desmonte” encontrado no Ministério da Cultura quando há cerca de oito meses assumiu a pasta no novo Governo do Presidente, Lula da Silva.

“Encontrámos no Ministério da Cultura um desmonte, um ataque às políticas públicas para o setor”, salientou a ministra, referindo-se ao governo anterior de Jair Bolsonaro.

“Foi deliberado. Nós temos exemplos muito fortes: a Biblioteca Nacional, a Fundação Palmares. A fundação Palmares, foi depredada mesmo e, por exemplo, o Ibram [Instituto Brasileiro de Museus], o Iphan [Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional], as obras, todas as recuperações deixadas pelo meio do caminho, o desligamento das informações dos patrocinadores para a receita federal. Nós encontramos todo o tipo de coisa dentro do ministério, então, essa reconstrução, isso que estamos fazendo em oito meses completos agora, é uma entrega potente para o que nós tínhamos encontrado lá”, detalhou.

No encontro com os artistas brasileiros, Margareth Menezes ouviu muitas queixas e pedidos de apoio e a todos respondeu com “diálogo” e a necessidade de ter tempo para acorrer a todos as demandas.

“Estamos buscando o diálogo com o setor. É importante de mais a gente ouvir as necessidades, porque nesse momento de retomada é muito importante, porque só a partir daí que a gente pode fazer um diagnóstico e ver o que é que o Ministério da Cultura pode fazer, especialmente na questão dos trabalhadores e trabalhadoras da cultura que estão fora do Brasil”, salientou.

“Nós sabemos que muitas pessoas trabalham com cultura brasileira e que fazem projetos, que são potentes e auxiliam também a divulgação da cultura brasileira fora do Brasil. Então nós temos que ter um pouco sensibilidade para isso e buscar alguma ação. Nós vamos estudar para ver como podemos”, acrescentou.

Questionada como poderá o seu ministério ajudar os artistas brasileiros residentes em Lisboa, e a partir do que disse serem as “excelentes relações” com o homólogo português, Pedro Adão e Silva, Margareth Menezes voltou a socorrer-se da necessidade de diálogo.

“O diálogo é a grande chave para tudo. Eu acho que a comunidade brasileira aqui é muito grande. Portugal é o país irmão, não é? Existe essa irmandade pela própria questão histórica e muita gente morando aqui e a manifestação, o Carnaval, na verdade, é um grande festival, onde várias manifestações culturais brasileiras se apresentam”, frisou.

“Então vamos começar a dialogar para ver se a gente consegue facilitar esse acontecimento, para ver esse espírito de manifestações culturais, esse grande Carnaval que o Brasil oferece para o mundo acontecer também aqui em Portugal”, concluiu.