“Há já algum tempo que uma ideologia que tem o ódio e a xenofobia como eixos de pensamento vai sendo paulatinamente branqueada. Está-se a normalizar e não podemos permitir, pois se o rock é algo, desde que nasceu, é ser antifascista”, destacou o líder da banda Lujuria, Óscar Sancho.

O manifesto ‘Rock contra o fascismo’, assinado por mais de mil bandas de rock de todo o mundo, tem como principais impulsionadores Óscar Sancho e Fernando Madina, da banda Reincidentes, e foi apresentado no auditório Marcelino Camacho, em Madrid, notícia a agência EFE.

O evento, que foi moderado pelo jornalista Mariano Muniesa, da revista Mariskalrock, foi ‘apadrinhado’ pelo secretário-geral do União Geral das Comissões Operárias (CCOO), Unai Sordo.

Teve ainda a participação de ícones do rock espanhol, como Aurora Beltrán (Tahures Zurdos), Marilu (Alma Culter) ou Elisa C. Martín (ex-Dark Moor).

“Pertencemos a um grupo que sabe que o futuro será feminista ou não será”, aponta o manifesto, que também destaca o quanto o rock sofreu durante a pandemia: “Sentimo-nos abandonados a um destino incerto”.

“Pertencemos a um grupo que tem sido criticado, marginalizado e repudiado desde que nasceu, porque viemos falar a verdade, denunciar aquelas pessoas que, nas palavras dos Metallica, são 'mestres de marionetas', ou seja, os donos dos bonecos e aqueles que, por isso mesmo, não gostam de nós", acrescentou Fernando Madina.

Perante a “atual corrente perigosa de pensamento”, as bandas que assinaram este manifesto decidiram-se unir para dizer alto e bom som “não ao fascismo em todas as suas formas”.

“Não levantaremos apenas a voz contra o fascismo de mãos levantadas e rígidas, esse que usava câmaras de gás e campos de concentração e extermínio de todos os tipos. Levantamos a voz contra o fascismo que está oculto, o lobo que se disfarça em pelo de cordeiro, aquele fascismo que se enfia por baixo de cada porta das nossas casas”, vinca ainda o grupo no manifesto.

O grupo pretende agora que estas ideias não se fiquem apenas pelo manifesto, que já foi traduzido em várias línguas, e se torne numa associação cultural sem fins lucrativos, que una grupos, artistas a solo, agências, festivais, casas de espetáculo e meios de comunicação especializados.

“Nós somos a tribo do rock. E hoje acreditamos ser necessário dizer a vocês 'temos que parar o fascismo'. É urgente pará-lo em todas as suas formas. A nossa tribo vai usar as suas guitarras e vozes para gritar bem alto”, conclui o manifesto.