Em comunicado, a cooperativa de autores afirma que "vai apoiar a edição do livro 'Memória de um Maestro', de Álvaro Cassuto, com chancela da Guerra e Paz" que adianta estar "em fase adiantada de produção", mas sem apontar data de saída.

A obra autobiográfica "conta as partes fundamentais da vida e da obra de uma das mais destacadas figuras da música feita em Portugal".

Nascido no Porto, a 17 de novembro de 1938, Álvaro León Cassutto estudou com os compositores Artur Santos (1914-1987) e Fernando Lopes-Graça (1906-1994) e, em 1960 frequentou os cursos internacionais de Darmstadt, na Alenanha, onde contactou com os compositores Stockhausen, Ligeti e Messiaen.

Casuto estudou direção de orquestra com Pedro de Freitas Branco e, mais tarde, com Herbert von Karajan, em Berlim, Jean Fournet e Franco Ferrara em Hilversum, nos Países Baixos. Em 1965, concluiu o curso de Direção de Orquestra no Conservatório de Viena.

Cassuto licenciou-se em Direito, pela Universidade de Lisboa, em 1964, com o fito de encetar a carreira diplomática à qual chegou a candidatar-se.

Em 1961, com 22 anos, estreou-se como maestro à frente da Orquestra do Porto. Posteriormente, foi maestro-assistente (1965-1968) e subdiretor (1970-1975) da Orquestra Gulbenkian.

Em 1969, o portuense recebeu o Prémio Koussevitzky, para jovens maestros, atribuído pelo Tanglewood Music Center, dos Estados Unidos, onde então residia. No ano seguinte, em Portugal recebeu o Prémio Imprensa. Entre 1975 e 1990 foi maestro-diretor da Orquestra Sinfónica da Radiodifusão Portuguesa.

En 1988, fundou a Nova Filarmonia Portuguesa, com a qual efetuou 635 concertos e que dirigiu até 1993, ano em que o Governo o convidou a formar a Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP).

Da OSP foi maestro titular e diretor artístico entre 1993 e 1999. Mais tarde, foi também convidado a criar a Orquestra do Algarve.

Em 2000, assumiu os cargos de maestro titular e diretor artístico da Orquestra Sinfónica de Raanana, em Israel, (2000-2002).

Em 2004, tornou-se diretor artístico da Orquestra Metropolitana de Lisboa, cargo que exerceu até inícios de 2008.

De 2010 a 2013 dirigiu a Orquestra de Bari, em Itália, e como maestro convidado dirigiu, entre outras, a Orquestra Filarmónica de Londres, a Real Orquestra Filarmónica, também no Reino Unido, e ainda em palcos britânicos, a Orquestra Filarmónica da BBC; noutras paragens dirigiu as orquestras de Filadélfia, São Petersburgo e a de Moscovo.

O Wiener Concert Verein de Viena, a Orchestre de la Suisse Romande, a Orquestra de Paris, e as orquestras da RAI (Itália) e a Nacional de Espanha, foram outros agrupamentos que dirigiu.

O maestro tem editados mais de 20 álbuns por diferentes discográficas, com diversas orquestras, nacionais e estrangeiras, interpretando repertório variado, acentuadamente de compositores nacionais, incluindo obras suas.

Em 2004, o disco com a gravação da Quarta Sinfonia de Joly Braga Santos, de quem foi um dos principais divulgadores, com a Orquestra Nacional da República da Irlanda, valeu-lhe Prémio Internacional do Disco do MIDEM (Mercado Internacional do Disco e da Indústria de Entretenimento).

O Estado português condecorou-o, em 2009, com a Grã Cruz da Ordem de Sant'Iago da Espada.