O júri do processo de difamação movido pelo ator Johnny Depp contra a ex-mulher e atriz Amber Heard em Fairfax, nos EUA, não chegou a um acordo sobre um veredito na terça-feira e retomará as deliberações esta quarta.

Os sete membros do júri - cinco homens e duas mulheres - começaram a deliberar na última sexta, no fim de seis semanas de depoimentos no tribunal de Fairfax.

As discussões foram retomadas esta terça, pois ontem foi feriado no EUA. Contudo, após mais de nove horas, os jurados não chegaram a um consenso sobre a decisão e retomarão as deliberações na manhã desta quarta.

Johnny Depp viajou ao Reino Unido para participar, no domingo e na segunda, em dois espetáculos do guitarrista britânico Jeff Beck.

Questionada pela France-Presse, uma porta-voz de Amber Heard não quis confirmar, "neste momento", se a atriz estaria presente quando o veredito for anunciado.

A estrela de "Piratas das Caraíbas" acusa Heard de difamação por uma coluna publicada no Washington Post em 2018, na qual ela se definia como "uma personalidade pública que representa a violência doméstica". A atriz não mencionou Johnny Depp, mas o seu ex-marido pede 50 milhões de dólares de indemnização, alegando que o ocorrido destruiu a sua carreira e reputação.

Amber Heard, por sua vez, contra-atacou pedindo o dobro, ou seja, 100 milhões de dólares. A atriz de 36 anos garante que estava a exercer o seu direito à liberdade de expressão ao escrever a coluna.

O júri deverá responder a várias perguntas, pronunciar-se sobre ambas as denúncias e determinar o montante dos eventuais danos e prejuízos.

Desde 11 de abril, os jurados ouviram dezenas de horas de depoimentos e gravações de áudio e vídeo, que revelaram detalhes escabrosos da vida do casal entre 2011 e 2016.

O ator perdeu um primeiro processo por difamação em Londres, em 2020, contra o tabloide The Sun, que o chamou de "marido violento".

Depp e Heard afirmam ter perdido, cada um, entre 40 e 50 milhões de dólares desde a publicação da coluna.