A cantora Celeste foi a grande vencedora da edição de 2020 da BBC Sound, a lista anual da cadeia britânica que antecipa os novos talentos da música. A cantora britânica foi escolhida por 170 nomes ligados ao mundo da música, entre eles Billie Eilish e Lewis Capaldi.
Na passada quinta-feira, dia 28 de maio, a britânico-jamaicana atuou para um pequeno grupo de pessoas em direto através da aplicação Zoom. O concerto privado, a que o SAPO Mag assistiu, serviu para apresentar novas canções e para responder a algumas questões dos jornalistas.
No showcase online, Celeste esteve acompanhada apenas por dois músicos e revelou pela primeira vez alguns dos seus próximos temas e apresentou o seu novo single, "I Can See The Change", produzido por Finneas, irmão de Billie Eilish.
A britânica conta que o novo single nasceu num "momento estranho". "Foi um momento estranho para mim, porque externamente estavam a acontecer muitas coisas interessantes na minha vida, mas internamente sentia-me vazia. Sentia-me desligada de mim mesma e do mundo ao meu redor, mas sabia que algo precisava mudar… É difícil para mim articular com precisão, mas quando comecei a escrever a canção, imaginei uma imagem embaciada e não identificada, distante, da qual tinha de me aproximar para entender o que era e o que significava, mas também para perceber que este trajeto não seria fácil. No final, a canção é sobre esperança e mudança, mas consciente de que isso requer esforço, paciência e convicção", explica Celeste.
Antes de "I Can See The Change", a artista começou a conquistar elogios depois de editar o tema "Strange". Durante o concerto privado, questionada pelo SAPO Mag sobre como nasceu da canção, Celeste explicou que a "história um pouco complexa".
"From strangers to friends/ Friends into lovers/ And strangers again"
"Estava no estúdio do Jamie [Hartman] e ele tocou os acordes e lembro-me de pensar sozinha: 'estes acordes são mesmo especiais e não quero apressar-me para escrever algo para terminar a canção'", começou por contar, acrescentando que queria ter todo o tempo para escrever e letra do tema.
"Ele tocou para mim e faço sempre o mesmo, basicamente: ouço a música pelos auriculares, fico à frente do microfone e canto alguma ideia que tenha. E, então, nesse processo inicial, cantei: 'I tried for you'", recorda Celeste, contando que foi descobrindo o queria dizer. "Depois cheguei a 'Isn't it strange?' que se tronou no grande [verso] do refrão. E antes disse 'Say... Isn't it strange?'", explica.
"Isso foi no primeiro dia no estúdio", lembra, confessando que sentia que era um tema especial. "Uns dias depois, voltamos ao estúdio e o Stephen Wrabel juntou-se a nós. Foi a primeira vez que o conheci", recorda, acrescentando que conversaram sobre como um/a ex-namorado/a se torna num/a desconhecido/a.
O tema "Strange" ganhou ainda mais eco depois de Celeste o apresentar no cerimónia dos BRIT Awards. "Vi a Celeste a atuar nos Brits em fevereiro e fiquei impressionado", revela Finneas. “Ela dominou o palco de uma forma que foi simultaneamente intimista e massiva. Fui imediatamente para casa e descarreguei a discografia inteira dela. Fiquei muito entusiasmado quando fui abordado para produzir ‘I Can See The Change’. Tenho tido a sorte de produzir canções para alguns artistas que penso que nunca vão passar de moda e a Celeste está, certamente, nessa lista", conta.
Apesar da curta carreira, a britânica soma vários galardões e elogios dos seus pares e da imprensa: "Incrível, impressionante, tudo", sublinhou Jorja Smith; "Aquela voz ...", disse Billie Eilish; "Um talento único numa geração... a melhor cantora de soul britânica a surgir em anos", escreveu a revista NME, por exemplo.
Com mais de um milhão e 700 mil ouvintes mensais no Spotify, Celeste promete continuar a surpreender com novas canções, que serão editadas nos próximos meses. Além de "Strange" e do novo single "I Can See The Change", "Stop This Flame" e "Lately" são outros dos singles de sucesso da artista britânico-jamaicana.
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