O autor, professor e historiador de arte e arquitetura Hans Ibelings, e o antigo diretor do Museu de Arte Contemporânea de Montreal John Zeppetelli são os curadores da edição de 2026 da Anozero, bienal de arte de Coimbra.

Os dois curadores escolhidos são “figuras maiores do pensamento artístico e de arquitetura”, afirmou hoje o diretor do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), Carlos Antunes, na apresentação da equipa curatorial.

Hans Ibelings, nascido nos Países Baixos, é professor na Daniels Faculty of Architecture, Landscape and Design da Universidade de Toronto, no Canadá, e editor da Architecture Observer, enquanto o canadiano John Zeppetelli é atualmente curador da Art Gallery of Ontario, também em Toronto.

“A arquitetura sempre foi vital para o projeto do Anozero, porquanto a arquitetura é aquilo que pode concretizar a ideia de termos um plano de ação a partir do Anozero para a cidade”, reforçou o diretor do CAPC.

O trabalho desenvolvido pela equipa de curadores parte do tema “segurar, dar, receber”, numa ótica sobre “o compromisso” e “os princípios da reciprocidade”, disse o vice-reitor da Universidade de Coimbra (UC) com a pasta da Cultura, Delfim Leão.

Presente na cerimónia de apresentação, que decorreu na manhã de hoje, Hans Ibelings revelou que a abordagem curatorial é “simbiótica, horizontal e anárquica”, refletindo esses conceitos na organização e na apresentação dos trabalhos selecionados.

A edição de 2026 da bienal vai decorrer entre os dias 11 de abril e 5 de julho, em vários espaços da cidade, mas mantendo o seu epicentro no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, na margem esquerda do rio Mondego.

Segundo comunicado da Anozero, enviado à agência Lusa, Hans Ibelings e John Zeppetelli são “nomes incontornáveis nos campos da arquitetura e da arte contemporânea a nível internacional”.

“Com percursos distintos, mas complementares, a dupla de curadores propõem uma bienal que questiona as hierarquias instituídas e aposta numa lógica de reciprocidade, cuidado e transformação”, apontou a organização.

Fundador da revista A10 – new European architecture, Ibelings é autor de títulos como "Supermodernism: Architecture in the Age of Globalization" (1998) e "Modern Architecture: A Planetary Warming History" (2023), tendo obtido o grau de doutoramento em 2019 pela UC.

Já Zeppetelli, com uma carreira marcada pela direção do Museu de Arte Contemporânea de Montreal (MAC) durante mais de uma década, foi responsável por exposições como "Leonard Cohen: A Crack in Everything" (2017) e "Velvet Terrorism: Pussy Riot’s Russia" (2023).

"Com formação em cinema, é também realizador premiado e foi professor de vídeo arte nas universidades NSCAD e Concordia, no Canadá", explicou a Anozero.

O presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, apontou o empenho da autarquia em apoiar a iniciativa, para que continue a “afirmar-se e a desenvolver-se", sendo cada vez mais reconhecida pelas outras bienais, a nível mundial.

Com um financiamento de cerca de 700 mil euros, oriundos de diferentes fontes, a bienal de arte contemporânea de Coimbra é organizada pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), com a Câmara Municipal de Coimbra e a UC.

De acordo com a Anozero, a programação, os locais e os artistas participantes serão divulgadas nos próximos meses.