“Neste ciclo, privilegiamos os atos de resistência, metafóricos e reais, de todas e todos os que, provenientes de várias latitudes e longitudes, se viram ou veem privados de se expressar livremente e sem medo”, assume a organização, sobre o tema desta edição, que visa também refletir e comemorar a liberdade, nos 50 anos do 25 de Abril de 1974.
Convocando “o potencial político e poético de ‘condição periférica’” e projetando-se “para novos territórios internacionais, nomeadamente europeu, sem descurar a relação privilegiada com a Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa”, esta edição, com curadoria de Paula Pedregal, privilegia “todos os atos de resistência com a apresentação de criações de participantes de norte a sul de Portugal e ainda de França, Palestina e Cabo Verde”.
A programação abre esta sexta-feira, às 19:30, com o espetáculo “Toi, Moi, Tituba…”, da artista multidisciplinar Dorothée Munyaneza, da Compagnie Kadidi (França), no auditório da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, no Campus de Campolide, e no sábado, às 21:30, na Casa de Teatro de Sintra, o coletivo A Bruxa Teatro apresenta “Chovem Amores na Rua do Matador”, a partir de um texto de Mia Couto e José Eduardo Agualusa.
A sala de ensaios do Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, acolhe de sexta-feira a domingo, às 15:30, o ‘workshop’ “The Revolution`s Promise”, de Ahmed Tobasi e a Zoe Lafferty, diretores artísticos do The Freedom Theatre da Palestina, enquanto a Associação Cultural d`Orfeu (Portugal), apresenta música e canções no espetáculo “Coletânea Estefânia”, às 18:00 de domingo no auditório Acácio Barreiros do Olga Cadaval.
A palestra/performance “Desver – uma breve performance sobre um país ocupado por outro”, pelo Teatro do Vestido (Portugal) e curadoria de Joana Craveiro, terá lugar às 19:00 de dia 5, no auditório da Escola Secundária de Santa Maria (Portela de Sintra), e “Saaraci, o Último Gafanhoto do Deserto”, pelo coletivo teatral Saaraci (Cabo Verde/Portugal), sobe à cena dia 6, às 11:00 no Centro Cultural Olga Cadaval.
“Una”, da coreógrafa e bailarina portuguesa Teresa Fabião (Imune -Projeto de Intervenção Social), encerra a programação do “Periferias”, às 21:30, de dia 8, na Casa de Teatro de Sintra.
Em paralelo, o tema serve também de mote para a exposição “Mulheres e Territórios de Resistência”, com curadoria do Chão de Oliva, de 1 a 31 de março no MU.SA – Museu das Artes de Sintra, e a exibição do filme “Elas Também Estiveram Lá”, do Teatro do Vestido (Portuga), às 15:00 de 7 de março, no auditório do Centro Paroquial de Rio de Mouro.
“O Periferias existe há 13 anos como ato de resistência. Em 2024 não será diferente. Trata-se de persistir, e não abdicar, apesar do sufocante condicionalismo orçamental, de ter uma perspetiva curatorial que traduza o pensamento artístico deste coletivo (Chão de Oliva)”, salienta a curadora Paula Pedregal, notando que “na sua diversidade estética, este festival quer ser um espaço não só de reflexão, mas também de encontro e partilha de ideias, afetos e inquietações”.
“Venham, venham ‘que a Liberdade está a passar por aqui’”, convidou a também encenadora e atriz que integra a direção artística do Chão de Oliva – Centro de Difusão Cultural em Sintra, criado em 1987, com sede na Casa de Teatro de Sintra.
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