A família de Wladyslaw Szpilman, o protagonista do filme de Roman Polanski "O Pianista", ganhou um processo de apelo por difamação por causa de um livro que o acusava de colaborar com o nazismo, informou o filho do músico, Andrzej Szpilman.

De acordo com a decisão do Tribunal de Apelação de Varsóvia de sexta-feira, a escritora polaca Agata Tuszynska e a editora que publicou em 2010 o controverso livro "Oskarżona: Wiera Gran" [A Acusada: Wiera Gran], têm que pedir desculpa em 15 dias à família Szpilman e suprimir os trechos que foram colocados em causa das futuras edições.

Na obra, Tuszynska citava declarações da cantora polaca judia Wiera Gran que acusavam Szpilman de ter sido membro da polícia polaca no gueto de Varsóvia. As declarações não foram confirmadas.

Wiera Gran foi uma cantora muito conhecida dentro do gueto que, como Szpilman, sobreviveu ao Holocausto. Foi acusada depois de estabelecer relações com os nazis. O Comitê de Judeus Polacos acabou por absolvê-la, mas os seus opositores prosseguiram os ataques contra ela.

Estas críticas levaram-na a emigrar a Israel e depois para a França, morrendo em Paris em 2007, vítima de Alzheimer.

"Este julgamento permitirá melhorar os modelos éticos na Polónia e questionará a noção mal interpretada da liberdade de expressão", comemorou Andrzej Szpilman, lembrando um julgamento parecido que a família também ganhou em 2013 na Alemanha.

O pianista Wladyslaw Szpilman, falecido em Varsóvia em 2000, foi uma figura de destaque na Polónia e o filme de Roman Polanski "O Pianista", baseado na sua autobiografia, contribuiu para ganhar fama em todo o mundo em 2002.

O ator que o retratou, Adrien Brody, recebeu um Óscar, tal como a realização de Polanski e o argumento adaptado.