José Malhoa (1855-1933), que nasceu nas Caldas da Rainha e morreu precisamente em Figueiró dos Vinhos, onde fixou residência em final de vida, é recordado com uma exposição que conta com obras do próprio e de outros artistas naturalistas, como Silva Porto, António Ramalho, José Vaz e Carlos de Bragança, além dos escultores Simões de Almeida, tio e sobrinho, ambos naturais de Figueiró dos Vinhos.

Segundo explicou à agência Lusa o responsável pelo Museu e Centro de Artes e Casulo de Figueiró dos Vinhos, as obras expostas pertencem a várias instituições nacionais, como o Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, a Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, o Museu José Malhoa e ainda a Sociedade Nacional de Belas Artes e o Novo Banco, bem como a alguns particulares.

Além de assinalar os 90 anos da morte do pintor, a exposição “visa cultivar a herança artística deixada por José Malhoa”, explicou Miguel Serra.

“Essa herança é visível em Figueiró dos Vinhos, seja no Casulo que ele aqui construiu, seja no próprio Museu e Centro de Artes, cuja construção é influenciada em grande medida por esta herança artística, deixada não só por José Malhoa, mas também pelo pintor Henrique Pinto e pelos escultores Simões de Almeida, tio e sobrinho”.

O legado desses artistas é uma marca que está muito presente na vila, salientou o responsável, inspirando não só a programação municipal, especialmente a do Museu e Centro de Artes, mas também as intervenções de artistas nacionais e estrangeiros no festival de arte urbana Fazunchar, que anualmente se realiza em Figueiró dos Vinhos.

“Temos números bastante consideráveis de visitantes ao nível do Museu e Centro de Artes, ao nível do Casulo e também temos o percurso pedestre, ‘A volta dos artistas’, uma volta à vila à volta dos quatro artistas”, acrescentou Miguel Serra.

O responsável recordou ainda a iniciativa recente que junta os municípios de Figueiró dos Vinhos, Sertã e Ferreira do Zêzere, num protocolo que “celebra esta herança artística de forma mais ampla”.

“Estes três municípios partilham um território histórico e cultural comum, marcado pelo vale do rio Zêzere, mas, também, pelo facto de esta zona ter sido procurada por artistas: José Malhoa no caso de Figueiró, Alfredo Keil no caso de Ferreira do Zêzere, e Túlio Vitorino no caso da Sertã”.

A iniciativa procura potenciar o facto daqueles três artistas do movimento pictórico naturalista terem ficado ligados àqueles territórios. A intenção é criar uma rota temática, para valorizar “a obra destes três artistas que se destacaram na história da arte portuguesa” e “ser um fator decisivo no desenvolvimento da atividade turística e promover a valorização, interpretação e conservação do património cultural”.

A exposição “José Malhoa e Figueiró dos Vinhos” é inaugurada às 16:00 de sexta-feira, no piso 0 do Museu e Centro de Artes de Figueiró dos Vinhos, ficando patente até 25 de fevereiro de 2024.