De acordo com a programação da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), em Lisboa, para 2021, o calendário de exposições abre em março com “Histórias de uma Coleção. Arte Moderna e Contemporânea da Fundação Gulbenkian”, patente até dia 23 de agosto.

“Numa altura em que o Centro de Arte Moderna está encerrado para obras de renovação, a Fundação Gulbenkian apresenta uma exposição dedicada à história da sua coleção moderna e contemporânea que começou a ser constituída no final da década de 1950, com o objetivo de integrar exposições temporárias itinerantes dentro e fora de Portugal, fixou-se num edifício próprio em 1983 e conta, atualmente, com cerca de 12 mil obras”, adianta a fundação.

Esta exposição, patente entre 5 de março e 31 de maio, e com curadoria de Ana Vasconcelos, Leonor Nazaré, Patrícia Rosas e Rita Fabiana, segue a linha de aquisições das obras ao longo dos anos, detendo-se nos seus momentos-chave e nas circunstâncias históricas e artísticas “que fazem dela uma coleção ímpar, composta por nomes maiores da arte moderna e contemporânea nacional e com relevantes pontuações internacionais”, sublinha a Gulbenkian.

Na mesma altura, vai estar aberta ao público uma mostra dedicada a Jorge Queiroz e Arshily Gorky: um encontro imaginado entre dois artistas com uma obra singular, que também tem curadoria de Ana Vasconcelos.

A 2 de julho, chega Hugo Canoilas e o seu projeto concebido para a galeria temporária do Museu Gulbenkian, prosseguindo uma investigação iniciada em 2020, em torno dos fundos marinhos, dos ambientes aquáticos e dos organismos primitivos que os habitam.

“O artista, que vive e trabalha em Viena, propõe uma instalação intensa e sensorial, habitada por pinturas-esculturas, “novas formas de vida” onde a cor, as texturas-tessituras e a fluidez lhes conferem uma qualidade quase alquímica, como se, sob o nosso olhar, estivessem em plena metamorfose”, explica a Gulbenkian, que vai ter esta mostra, com curadoria de Rita Fabiana, patente até 27 de setembro.

Entre 23 de setembro e 27 novembro, a fundação recebe, pela mão do curador João Carvalho Dias, “Visões de Dante. O Inferno segundo Botticelli”, no âmbito das comemorações dos 700 anos da morte de Dante Alighieri (1265-1321).

Vão ser apresentados “dois excecionais desenhos sobre pergaminho” do pintor renascentista italiano de Sandro Botticelli (1445-1510), alusivos ao “Inferno” da “Divina Comédia” e dois manuscritos de Jacopo della Lana e de Boccaccio, cedidos pela Biblioteca Apostólica Vaticana.

A mostra integra ainda um exemplar do manuscrito dantesco proveniente do acervo da Biblioteca Nacional de Portugal, que foi propriedade de Frei Manuel do Cenáculo, bem como um conjunto de obras da Coleção Calouste Gulbenkian.

A esta mostra juntam-se ainda uma escultura e desenhos de Rui Chafes, em estreita referência ao “Inferno” de Dante.

A partir de 7 de outubro, e até 10 de janeiro de 2022, pode ser visitada na Galeria Principal a exposição “Hergé”, apresentada pela primeira vez no Grand Palais, em Paris.

Esta exposição reúne uma importante seleção de documentos, desenhos originais e várias obras criadas pelo autor de Tintim.

“Organizada em colaboração com o Museu Hergé de Louvain-la-Neuve, a mostra revela as múltiplas facetas de uma personalidade artística de referência, da ilustração à banda desenhada, passando pela publicidade, imprensa, desenho de moda e artes plásticas”, explicita a Gulbenkian, destacando que esta é “uma oportunidade única de descobrir os tesouros dos estúdios Hergé: pranchas originais, pinturas, fotografias e documentos de arquivo”.

Com inauguração a 22 de outubro, “Fernão Cruz. Morder o pó” é a primeira exposição individual, em contexto institucional, de Fernão Cruz, um jovem artista que interpela o público “com a formulação inquieta de uma pergunta sobre a morte, tão antiga quanto a humanidade”, aqui com curadoria de Leonor Nazaré.

Já no final de 2022, chega a Lisboa uma mostra da arte no feminino, que antes vai passar pela Bélgica e por França. “Tudo o que eu quero. Artistas Portuguesas de 1900 a 2020” é uma exposição no âmbito da Presidência de Portugal na União Europeia 2021, realizada com o apoio da Fundação Gulbenkian.

Tem inauguração no dia 25 de fevereiro de 2021 no centro de artes Bozar, em Bruxelas, onde ficará até 23 de maio.

Em 2022 passa pelo Centro de Criação Contemporânea Olivier Debré, em Tours (França) integrada no programa geral da Temporada Cruzada Portugal-França.

No final de 2022 e início de 2023, chega então à Fundação Calouste Gulbenkian esta exposição, que parte do “magnífico autorretrato de Aurélia de Souza, pintado em 1900”.

A mostra, que tem como curadores Helena de Freitas e Bruno Marchand, apresenta uma seleção de artistas mulheres portuguesas desde o início do século XX até hoje, propondo uma reflexão focada num contexto de criação que durante muitos séculos foi quase exclusivamente masculino.

Estarão presentes 41 artistas de referência, entre as quais Maria Helena Vieira da Silva, Lourdes Castro, Paula Rego, Ana Vieira, Salette Tavares, Helena Almeida, Joana Vasconcelos, Maria José Oliveira e Leonor Antunes.

Oriundas de coleções públicas, particulares e de acervos de artistas, estas obras de arte incluem pintura, escultura, desenho, objeto, livro, instalação, filme e vídeo.