Ben Harper e Charlie Musselwhite voltaram a juntar-se em estúdio para o disco “No Mercy in This Land”. O álbum foi lançado no final de março e apresentado ao vivo esta segunda-feira, 30 de abril, na Aula Magna, em Lisboa. A dupla volta a subir a palco esta terça-feira, 1 de maio.

Antes do segundo concerto na capital portuguesa,  Charlie Musselwhite conversou com o SAPO Mag. O músico norte-americano, que conta também com colaborações com Tom Waits, é considerado uma lenda viva do blues. Ben Harper já frisou em diversas entrevistas que o músico “transforma notas em emoções que nos assombram porque nos soam familiares mas também parecem totalmente novas, como se as estivéssemos a ouvir pela primeira vez”.

SAPO Mag: Como nasceu a amizade com Ben Harper?

Charlie Musselwhite: Conhecemo-nos em 1993, num pequeno clube chamado Sweetwater, em Milly Valley, na Califórnia, quando o Ben abriu um concerto do John Lee Hooker e o John Lee pediu-me para me juntar. Então, alguns anos depois, o Ben e eu juntámo-nos ao John Lee para uma gravação em estúdio. E foi aí que tudo realmente começou e decidimos que tínhamos de gravar mais coisas. O John Lee também disse que deveríamos fazer mais coisas juntos.

SAPO Mag; Há uma geração de músicos que vos separa. O que aprendem um com o outro?

Charlie Musselwhite: O Ben sabe mais sobre música moderna do que eu. Eu oiço principalmente as gravações que coleccionei durante os anos de todos os lugares e que me fazem voltar no temp.

SAPO Mag: Qual a melhor parte de fazer uma digressão?

Charlie Musselwhite: É a ver as cara de todos a sorrir. É bom atuar para todos os fãs que gostam do nosso trabalho.

SAPO Mag: O que o público pode esperar dos concertos?

Charlie Musselwhite: O blues autêntico que vem direto do coração.

SAPO Mag: E, se não fosse músico, o que seria?

Charlie Musselwhite: Estaria morto? (risos) Não sei. Algum tipo de artista. Se nunca tivesse gravado canções e tivesse uma carreira musical, teria continuado a tocar - mesmo que fosse apenas por mim.