Questionado pela AFP durante uma entrevista para promover a estreia de "Han Solo: Uma História de Star Wars", o artista que se dedica ao rap com o alterego Childish Gambino confessa que esperava, ao ter seu nome pesquisado na internet, estivesse no terceiro lugar no pódio dos Donald, atrás de Trump e do famoso pato da Disney.

"Uau, consegui", reage entre risos. Com um Globo de Ouro recebido em 2017 pelo seu papel na série "Atlanta", que, além de protagonizar, também criou, coescreveu e coproduziu, e um Grammy em janeiro deste ano pela sua canção "Redbone", Donald Glover alcançou o auge da popularidade com o videoclip do single "This Is America", lançado no início de maio.

Comentado incessantemente nas redes sociais, o vídeo, de tom muito político, no qual o artista denuncia a violência, o racismo e os abusos policiais, conseguiu quase 165 milhões de visualizações em apenas duas semanas e a canção está no top de vendas nos Estados Unidos.

Mas para se proteger ao máximo da febre que envolve "This Is America", Glover conta à AFP que prefere não utilizar a internet por algum tempo.

Para este ator, produtor, rapper, cantor, comediante e argumentista de 34 anos, uma carreira no mundo do espetáculo é "um pouco como praticar surf": "Apanhas a onda, o ritmo dela, e deixas que ela te leve".

Não olha para trás e nem muito para a frente: aproveita o momento, conta. "No momento em que dizes 'estou mesmo a conseguir', começas a equivocar-te".

Agenda apertada

Originalmente escritor e argumentista, aquele que deu os seus primeiros passos na série "30 Rock" é um homem tranquilo e racional: duas qualidades necessárias para gerir o momento caótico pelo qual está a passar, fazendo malabarismos com uma digressão para promover "Han Solo".

No novo filme de "Star Wars", que estreia esta quinta-feira em Portugal, Donald Glover vive encarna o contrabandista Lando Calrissian, personagem que já é adorada pelo público e cuja interpretação tem gerado muita expectativa.

Para ele, o argumento "foi muito atraente porque também dava importância a personagens menos visíveis", mais comuns do que os grandes heróis, aventureiros e românticos. "Gosto disso porque acho que é um reflexo honesto de que, para que se possa ter uma festa de luxo com muita comida, alguém tem de estar a trabalhar como um escravo do outro lado", disse.

"Existe um mundo ao qual estamos a tentar ter acesso, mas por enquanto estamos na parte de baixo", continuou, considerando que o tema do filme tem similaridades com o da sua série, "Atlanta", que está na segunda temporada e é um sucesso de crítica.

Para Donald Glover, cuja criatividade e estilo narrativo o tornam numa voz única nos Estados Unidos, o aspecto mais interessante da história original de Han Solo é a renúncia aos seus valores para abrir um caminho até ao topo.

Donald Glover - Atlanta

"Acaba por ser um 'tu ou eles' a partir de certo ponto", explica. "E o que me atrai neste filme é que o Han se apercebe disso. Ele é tão ingénuo e amável no início...".

"A sua visão idealizada da vida e do mundo que o  rodeia choca com a realidade, que não é assim tão simples. As coisas mudam e nós crescemos", sublinha.

A onda que envolve Glover parece incluir mais coisas, já que atualmente prepara o seu quarto álbum, que anunciou como o último, e uma grande digressão no outono nos Estados Unidos.

Já tem compromissos na agenda para 2019, em particular com Simba, a personagem central de "O Rei Leão", a quem emprestará a voz na nova versão do clássico da Disney.

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