Esta sexta-feira, o produtor de cinema foi indiciado por um tribunal de Nova Iorque por violação e agressão sexual depois de se entregar às autoridades pelas 07:00 (hora local), sem prestar qualquer declaração à chegada, como tinha sido antecipado pela imprensa.

Num breve comunicado, a polícia informou que Harvey Weinstein foi "detido, processado e indiciado por violação, ato sexual criminoso, abuso sexual e agressão sexual por incidentes que envolvem duas mulheres", um ocorrido em 2004 e o outro em 2013, saindo a seguir algemado da esquadra.

No entanto, Harvey Weinstein ficará a aguardar o julgamento em liberdade depois de ter pagado uma fiança de um milhão de dólares, entregado o passaporte e aceitado usar pulseira eletrónica com GPS. Ainda assim, deverá enfrentar mais complicações legais pois enfrenta vários processos civis em Nova Iorque e Los Angeles, bem como investigações criminais nessas cidades e também em Londres.

Os acusadores

"Apanhámos-te, Harvey Weinstein, apanhámos-te"
Rose McGowan, atriz que acusa Weinstein de violação

"Hoje, Harvey Weinstein dará o primeiro passo da sua inevitável descida ao inferno. Nós, mulheres, temos uma verdadeira esperança de justiça"
Asia Argento, atriz italiana que acusa Weinstein de a ter violado no Festival de Cannes

"Enviando amor a todas as minhas irmãs hoje que se levantaram contra um monstro... Tantas emoções... Estou orgulhosa e grata"
Mira Sorvino, que acusa Weinstein de assédio sexual e de ter destruído a sua reputação e sua carreira

Os ativistas

"Harvey Weinstein destruiu a vida de um número incalculável de mulheres. Apoiámo-las e somos solidários com as mulheres que enfrentaram locais de trabalho inseguros e abusivos. Esperamos ver a justiça prevalecer".
Movimento Time's Up contra o assédio sexual no ambiente de trabalho, fundado após o escândalo de Weinstein

"Isto passou do tribunal da opinião pública para um real. É algo super catártico para muitas sobreviventes, ou mesmo sobreviventes que não são necessariamente vítimas dele".
Tarana Burke, fundadora do movimento #MeToo, em declarações à revista Variety

Os advogados

"Pretendemos agir muito rapidamente para descartar estas acusações. Acreditamos que são constitucionalmente falhas. Acreditamos que não são apoiadas nas provas e acreditamos que, no final do processo, o sr. Weinstein será considerado inocente"
Benjamin Brafman, advogado de defesa de Weinstein, a repórteres no Tribunal de Nova Iorque

"Já estava na altura de ele enfrentar a Justiça. Este dia finalmente chegou"
Gloria Allred, advogada especializada em representar vítimas de agressão sexual