Em ano de centenário do edifício do arquiteto Marques da Silva, o TNSJ –- estrutura que soma o Teatro Carlos Alberto (TECA) e o Mosteiro de São Bento da Vitória –- terá ao longo de cinco meses três dezenas de espetáculos, dos quais se destaca “Castro”, uma encenação de Nuno Cardoso, que é também diretor artístico da instituição, sobre o clássico do século XVI de António Ferreira.

“Esta é uma casa que leva a todo o lado a língua portuguesa nas suas diversas formas. E a ‘Castro’ simboliza a estratégia de descentralização que está a ser levada a cabo por esta instituição”, disse Nuno Cardoso, na sessão de apresentação da programação para março/julho 2020.

A peça “Castro”, produção do TNSJ e o primeiro espetáculo com o elenco “quase” residente da instituição, estrear-se-á a 5 de março, em Aveiro, e no Porto estará em cena de 27 de março a 18 de abril.

O arranque da programação de centenário conta, ainda, com a reposição, de 7 a 9 de março, de “Turismo Infinito”, peça de 2007 que parte de textos de Fernando Pessoa, com encenação de Ricardo Pais, anterior diretor artístico do TNSJ.

“The Scarlet Letter” ("A Letra Escarlate"), encenada pela espanhola Angélica Liddell, que parte do livro homónimo de Nathaniel Hawthorne, poderá ser vista a 13 e 14 de março, no TNSJ.

Atualmente em cena em Lisboa, “A Criada Zerlina”, do encenador João Botelho, sobre a peça de Hermann Broch, apresentar-se-á no TeCA, de 19 a 22 de março.

Em abril, também no TeCA, estrear-se-á “Alma + Airbnb e Nuvens: uma rádio novela + Wake Up”, um tríptico dedicado à companhia A Turma que inclui três espetáculos encenados por Tiago Correia, Manuel Tur, António Afonso Parra e Luís Araújo.

Ao longo destes meses, o TNSJ também se associará a festivais como o Festival Dias da Dança (DDD) e o Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI).

“Please please please”, de La Ribot, Mathilde Monnier e Tiago Rodrigues, peça que estará em cena no TNSJ a 28 e 29 de abril depois de se estrear em Lisboa dias antes, será apresentada no âmbito do DDD.

Soma-se, em abril, a pré-apresentação de “KastroKriola”, peça baseada na encenação da “Castro”, por Nuno Cardoso, mas contará com atores cabo-verdianos e visitará Cabo Verde, sendo, lê-se no dossiê de imprensa distribuído hoje, “um espetáculo que trabalha sobre a herança polimórfica, divulgando o património dramático português e favorecendo o diálogo intercultural”.

“O Burguês Fidalgo”, em cena no TeCA, de 21 de maio a 7 de junho, récita a partir de Molière com dramaturgia de Ricardo Alves, uma coprodução Teatro da Palmilha Dentada/TNSJ, é outra das estreias, destacando-se por ter um repertório clássico.

Já “Lorenzaccio”, de Alfred Musset, com encenação de Rogério de Carvalho, uma peça considerada “irrepresentável por causa do número de personagens e das mudanças bruscas de lugar”, é outra estreia e também uma coprodução, desta feita Teatro do Bolhão/TNSJ, que estará em cena de 29 de maio a 7 de junho.

E aquela que será a primeira apresentação em Portugal, depois de ter estreado em novembro na Turquia, “Perfil Perdido”, récita encenada por Marco Martins, com coprodução São Luiz Teatro Municipal/Centro Cultural Vila Flor/Cine-Teatro Louletano/TNSJ, chegará ao Porto e ao TeCA a 17 de junho.

Da diretora de teatro e de cinema brasileira Christiane Jatahy, que foi artista da cidade de Lisboa em 2018, estará em cena “The Lingering Now – O agora que Demora: Nossa Odisseia II”, no TNSJ, a 26 e 27 de junho.

Já em julho, o palco do TeCA acolherá um espetáculo que tem por base um clássico da Literatura: “A.N.T.Í.G.O.N.A”, com texto e encenação de Gonçalo Amorim para o Teatro Experimental do Porto que aborda “as questões da cidadania, democracia, justiça e direitos humanos”, inspirada no clássico de Sófocles.

A apresentação do TNSJ foi hoje apresentada por Nuno Cardoso que destacou, ainda, o Centro Educativo da instituição, descrevendo-o como “de extrema importância num teatro”, porque, acrescentou o diretor artístico, “traduz a programação e lança reptos ao público”.

Já o presidente do conselho de administração do TNSJ, Pedro Sobrado, convidado a comentar as diferenças de orçamento entre este teatro localizado no Porto e o Nacional D. Maria II, em Lisboa, mostrou-se otimista.

“Reconheço que existe discrepância entre investimento. Essa discrepância não foi criada agora e estou convencido de que será corrigida futuramente. O orçamento do D. Maria é certíssimo. O orçamento do São João está razoavelmente certo”, referiu.

Pedro Sobrado também revelou que a taxa de ocupação do TNSJ foi, em 2019, de 75%, estimando que este ano seja de 78%, percentagens que não incluem as leituras, visitas guiadas e oficinas, dizendo respeito apenas aos espetáculos.

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