Corrina Repp é um nome relativamente desconhecido para quem é deste lado do Atlântico, mas está entre os últimos segredos do rock norte-americano mais independente. Os clichés de quem escreve e anda nestas lides obrigam a comparações com Cat Power e Beach House, com quem já partilhou palcos. O SAPO On the Hop aproveitou a oportunidade para entrevistar a cantautora de Portland por e-mail quando falta uma semana para a vinda dela a Portugal, nos próximos dias 20 e 21 no Porto (Passos Manuel) e Lisboa (Palácio Pombal), respetivamente.
SAPO On The Hop: É a primeira que vena a Portugal? O que é que conheces de cá?
Corrina Repp: Já aí estive uma vez. A minha antiga banda, Tu Fawning, tocou uma vez no Porto, há uns anos, mas estivemos cá menos de 24 horas. Mal posso esperar regressar e estar mais tempo.
Como foi, ou como é, trabalhar com alguém como o Mark Kozelek?
Ele é um tipo incrível e tem sido sempre algo incrivelmente encorajador para a minha música.
Produziste este álbum com a editora Caldo Verde, do Mark. Em Portugal, é o nome de uma sopa tradicional. Conhecias?
Caldo Verde é a minha editora nos Estados Unidos; a minha editora europeia é a Discolexique. Nunca provei caldo verde, mas quando o Mark colaborou comigo em 2006, descobri o que era, mas ainda não tive oportunidade de experimentar. Talvez tenhamos a oportunidade de provar durante os nossos dias em Portugal.
És várias vezes comparada com a Cat Power ou com os Beach House. Aprecias estas comparações?
Para ser honesta, não presto muita atenção a essas comparações. Se isso torna mais fácil que as pessoas aceitem a minha música, ou de lhe deem atenção, então estou ok com isso.
Por curiosidade, a Cat Power estará também cá em Portugal, uns dias depois dos teus espetáculos. Terás oportunidade de a ver?
Acho que vou estar a atuar em Espanha, vou sentir a falta dela. Espero que tenhas oportunidade de a ver, e espero igualmente que ela tenha um grande momento em Portugal, tal como nós iremos ter!
Irás tocar em Lisboa no Palácio Pombal, que é um lugar muito bonito e ao mesmo tempo um lugar muito íntimo. Como é descreves os teus concertos? Preferes tocar neste tipo de espetáculos?
Adoro tocar em espetáculos pequenos. Há muito mais oportunidades de te ligares com as pessoas num nível mais profundo. Antes, durante e depois do concerto. Mal posso esperar pela oportunidade de tocar lá.
E quais são as diferenças que tu vês desde do teu álbum de estreia, já de 1998, para este último, "The Pattern of Electricity"?
Eu sou uma pessoa diferente agora do que há nove anos, quando escrevi e gravei o meu último álbum a solo. Estou mais corajosa com a minha criatividade. A minha voz é muito mais forte, e aprendi como tocar mais do que um instrumento, em vez de ser apenas um veículo para palavras. Envelhecer é estranho e lindo, mas se prestares atenção e viveres ao máximo, talvez aconteçam coisas boas. Com amor, com o teu trabalho, com as amizades e com tudo o que crias.
Quão importante foi afastares-te da indústria musical antes de fazeres este último álbum?
A minha antiga banda, Tu Fawning, trabalhou duramente, sem parar, durante cinco anos. Foi muito difícil na fase final e eu precisava de me afastar para dar oportunidade de limpar a minha cabeça e não traduzir a minha experiência desafiante para o meu novo trabalho a solo. Queria dar a oportunidade a mim mesma de ter alguma perspetiva. Para chegar a um lugar de paz e graça.
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