Entre os dias 29 de abril e 14 de maio, no Teatro Camões, a CNB vai apresentar um programa que repõe “A Sagração da Primavera”, com música de Stravinski e dança de Nijinski, espetáculo que causou escândalo, em Paris, há 110 anos, quando da primeira apresentação pública.
O espetáculo conta ainda com a estreia, pela companhia nacional, de duas obras do coreógrafo italiano Mauro Bigonzetti, “As Bodas” e “Intermezzo”, indica um comunicado da entidade enviado à agência Lusa sobre as celebrações do Dia Mundial da Dança.
Intitulado “Noite Stravinski”, o programa festeja a música deste compositor russo nascido em 1882 e falecido em 1971, que colaborou ao longo da vida com vários artistas, nomeadamente Pablo Picasso, Jean Cocteau e os coreógrafos Vaslav Nijinski e George Balanchine.
Para celebrar exatamente os 110 anos da estreia de “A Sagração da Primavera” a CNB irá apresentar a remontagem cenográfica e de figurinos “daquela que é considerada a versão mais próxima da original” de Nijinski, estreada em 1913, no então recém-inaugurado Teatro dos Campos Elísios, em Paris, França.
As celebrações do Dia Mundial da Dança pela CNB, no Teatro Camões, iniciam-se na manhã desse dia, com um ateliê de dança para crianças e famílias, de entrada livre, às 10:30, orientados pela bailarina Sílvia Santos.
Trata-se dos ateliês “Stravinski e a Tribo dos Pés para Dentro”, que vão decorrer aos fins de semana a partir de 15 de abril e terminam no dia 29, com o objetivo de convidar crianças e famílias a brincar e descobrir segredos e curiosidades da coreografia “A Sagração da Primavera”, através do movimento, explica a CNB.
No Dia Mundial da Dança à tarde realiza-se ainda uma conversa pré-espetáculo, também de entrada livre, às 17h00, com moderação de Cristina Peres, e convidados a anunciar em breve.
Apesar de renegada na sua primeira apresentação, “A Sagração da Primavera” viria a tornar-se uma obra icónica da história da dança: após anos de pesquisa sobre a coreografia, cenografia e figurinos originais, Millicent Hodson e Kenneth Archer, especialistas em dança e design com base em Londres, no Reino Unido, estrearam no Joffrey Ballet a reconstrução desta obra, em 1987.
Em 1994, a coreografia passou a fazer parte do repertório da CNB, e foi dançada pela companhia pela última vez em 2018.
Em “As Bodas”, de Mauro Bigonzetti, que a CNB dança pela primeira vez neste programa “Noite Stravinski”, o coreógrafo reimagina a obra de Bronislava Nijinska (1891-1972), criada há 100 anos para os Ballets Russes.
“A nova abordagem de Bigonzetti cria um bailado abstracto e formal com movimentos precisos e rígidos. Nele explora-se uma visão académica e estética da beleza”, indica a CNB sobre a obra criada em 2002 para a companhia Aterballeto, em Itália, que Bigonzetti dirigiu entre 1997 e 2007, e onde foi coreógrafo residente até 2012.
“Intermezzo”, coreografia de Bigonzetti, estreada em 2012, criada sobre a “Suite Italienne”, de Stravinski, passará também agora a fazer parte do repertório da CNB.
No âmbito deste programa, a CNB promove ainda, no Teatro Camões, um ensaio aberto, dia 19 de abril, pelas 15:00, e um ensaio geral solidário, dia 28 de abril, às 20:00, que reverterá a favor das associações Fundação Gonçalo da Silveira, Opus Diversidades, Refood Alvalade e Thirst Project Portugal.
Instituído pelo Comité Internacional da Dança da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, na sigla em inglês) em 1982, o Dia Mundial da Dança é celebrado anualmente a 29 de abril pelo nascimento do bailarino e mestre de bailado Jean-Georges Noverre (1727-1810), considerado um dos pioneiros da dança moderna.
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