Clint Eastwood defendeu Donald Trump numa arrasadora entrevista à revista Esquire.

E apesar de não apoiar a retórica do candidato do Partido Republicano, não tem dúvidas em preferi-lo em relação à alternativa, Hillary Clinton, uma vez que esta 'declarou que vai seguir os passos de [Barack] Obama' e seria uma 'voz difícil de ouvir durante quatro anos'.

''Tem havido simplesmente negócio a mais dos dois lados', acrescentou o ator e realizador de 86 anos, que apesar de se identificar mais com a corrente libertária da política americana, continua o ser considerado o mais célebre republicano em Hollywood.

'Ela fez muita massa de ser política. Eu perdi massa para ser político [nos anos 1980, enquanto presidente da câmara de Carmel]. Tenho a certeza que [o presidente] Ronald Reagan desistiu de massa para ser um político'.

Acima de tudo, Eastwood não poupou nas palavras para os que têm atacado o candidato oficial pelo racismo e outros temas.

'Ele [Donald Trump] disse muitas coisas parvas', afirmou sobre o homem que já ofendeu mexicanos, muçulmanos, mulheres, imigrantes e quase todos os grupos étnicos e sociais.

'Tal como eles todos. Ambos os lados', acrescentou. 'Mas toda a gente – a imprensa e todos estão 'Oh, bem, isso é racista' e estão a fazer um grande estardalhaço disso'.

Com um palavrão irreproduzível, a estrela recomenda aos seus compatriotas 'que ultrapassem isso. É um momento triste na História'.

Os políticos, defende, 'estão a aborrecer toda a gente' e nos Estados Unidos, acrescentou, Donald Trump chegou onde chegou 'porque secretamente toda a gente se está a cansar do politicamente correto, da bajulação. Atualmente estamos na geração de bajulação. Estamos realmente numa geração de medricas. Todo a agente está a caminhar sobre cascas de ovo. Vemos pessoas a acusar outras de serem racistas e todo o ripo de coisas. Quando estava a crescer, essas coisas não eram chamadas de racistas'.

Foi por essas razões que Clint Eastwood quis fazer "Gran Torino", o filme de 2008 em que interpretava Walt Kowalski, um reformado da indústria automóvel e veterano da Guerra da Coreia que detestava os asiáticos, latinos e negros que se mudavam para a vizinhança antes de se tornar amigo de um adolescente asiático pressionado por um gangue.

'Até o meu sócio disse 'Este é realmente um bom argumento, mas é politicamente incorreto'. E eu disse 'Bom, deixa-me lê-lo esta noite'. No dia seguinte, cheguei e atirei-o para cima da secretária dele e disse 'Vamos começar isto imediatamente''.