Em declarações à agência Lusa, a presidente da direção do Coliseu, Mónica Guerreiro, sublinhou que o circo se realiza, ininterruptamente, desde 1941 e tem uma “tradição muito forte”, daí a sua realização mesmo em ano de pandemia de COVID-19.

E, foi precisamente devido ao coronavírus, que o Coliseu decidiu recrutar números e artistas nacionais ou radicados em Portugal, em detrimento de recorrer ao estrangeiro, por “a sua maioria” ainda não ter tido trabalho este ano, afirmou a responsável.

“O talento nacional está a precisar de apoio”, vincou.

Além de um elenco nacional, o Circo de Natal vai ser “mais envolvente, cativante e inovador”, encaminhando o espectador numa viagem de início a fim, disse Mónica Guerreiro, acrescentando que não vai ser uma coisa segmentada de número a número.

Falando em ter dado um “passo no sentido da inovação”, a presidente da direção do Coliseu explicou que o Circo de Natal vai ser um “diálogo” entre o circo tradicional - em formato de gala - e o circo contemporâneo, mais narrativo.

“Não queríamos escolher entre um ou outro, então fizemos uma conjugação”, frisou.

De forma mais pormenorizada, Mónica Guerreiro contou que o primeiro português a fazer parte do Cirque du Soleil, como criador original, Rui Paixão, será o mestre de cerimónias.

A ele irá competir fazer a interligação entre todos os números, criando uma estrutura que dialoga, do início ao fim do espetáculo, com as várias técnicas tradicionais e contemporâneas do circo.

O 'clown' português construiu uma nova personagem exclusiva para o Circo do Natal, inspirada no universo mitológico, e que pretende reinterpretar e propor uma visão contemporânea do palhaço mimo, no contexto do circo tradicional.

E, enquanto cada trupe interpreta o seu número, vai ser tocada música ao vivo com uma banda sonora inédita, concebida pelo compositor Filipe Raposo.

Para Mónica Guerreiro, a música vai possibilitar um “enquadramento emocional e envolvimento narrativo” aos números apresentados.

Duas formações, cada uma com 15 músicos, garantem a totalidade das sessões, e a segurança das equipas e do público.

Entre os números em destaque contam-se os de acrobacia aérea, ilusionismo, trapézio, 'clown', mastro chinês, corda bamba, forças opostas, 'parkour' e malabarismo.

A presidente da direção comentou que, este ano, o espetáculo foi classificado para todos os públicos, a partir dos zero anos.

Os bilhetes custam entre sete e 18 euros, mas as crianças até aos três anos têm entrada livre, e os jovens até aos 18 anos, assim como os maiores de 65 anos, têm 50% de desconto.

Este ano foi criado ainda o bilhete especial de família: na compra de quatro ingressos, oferta do de menor valor.