A "perspetiva negra" de que o progresso representa "uma caminhada inexorável para o desastre" não desencoraja estes atores e atrizes de se exercitarem num jogo teatral, que lhes devolva "dignidade, alguma lucidez e a convicção, porventura patética, de terem sido verdadeiros, os seus esforços e as suas vidas".

“Black Stars” é a 100.ª criação do Teatro da Garagem e, segundo diretor artístico da companhia, Carlos J. Pessoa, é uma peça na qual "estrelas negras" buscam o reconhecimento.

O convite da RTP Palco ao Teatro da Garagem proporcionou à companhia a oportunidade de filmar este objeto peculiar na sua garagem de origem: um espaço semiarruinado com mais de 30 anos de histórias, ensaios, pesquisas, ilusões, desilusões e mistérios, acrescentou.

O encontro destes dois objetos – a peça de teatro "Black Stars" e o berço do Teatro da Garagem – criou uma oportunidade única, um estado de graça e iniciação.

Em três noites de “atividade febril” foram gravados cerca de 100 planos, "irónicos, trágicos, cómicos, crus", que foram “fundidos num objeto de teatro filmado, que respira e fala por si".

O texto e a direção artística são de Carlos J. Pessoa e, a interpretar, estão Ana Palma, Pedro Miguel Jorge e Rita Monteiro.

Estreado em fevereiro de 2018, no Spazio Teatro No’hma (em Milão, Itália), o espetáculo “Black Stars” recebeu, em novembro desse ano, a Menção Honrosa no Prémio Internacional Il Teatro Nudo di Teresa Pomodoro.

A distinção foi atribuída por um júri composto por Peter Stein, Eugenio Barba, Lluís Pasqual, Tadashi Suzuki, Lev Dodin, Stathis Livatinos, Ludovic Lagarde, Ruth Heynen, Enzo Moscato e Oskaras Korsunovas.

Este espetáculo foi reposto, em outubro de 2019, no Teatro Taborda, em Lisboa, e, em novembro de 2020, no Teatro Municipal de Bragança.

A partir de quinta-feira, uma nova versão de “Black Stars” estará disponível, em vídeoteatro, na plataforma RTP Palco (www.rtp.pt/palco).