Avicii morreu devido a suicídio, conforme a família do DJ sueco tinha sugerido há poucos dias, avança o TMZ.
O artista de 28 anos terá morrido na sequência de uma hemorragia provocada por lesões no pescoço e nos pulsos com uma garrafa de vidro partida, aponta o site dedicado a notícias de celebridades, citando fontes próximas do músico.
A família de Tim Bergling, nome do DJ, já tinha deixado no ar a hipótese de suicídio num comunicado divulgado na semana passada. "Quando parou de fazer digressões, ele queria encontrar um equilíbrio na vida para ser feliz e ser capaz de fazer o que mais gostava - música."Ele estava com dificuldades em encontrar o significado da vida e da felicidade. Não conseguiu aguentar mais. Queria encontrar a paz", pode ler-se na declaração.
A família acrescentou que o DJ e produtor sueco não "foi feito" para o mundo em que se encontrava. "Ele queria encontrar a paz. O Tim não foi feito para a máquina dos negócios em que se viu envolvido. Ele era um jovem sensível que amava os seus fãs mas que detestava os holofotes", frisam os familiares.
"O nosso querido Tim era um explorador, um artista de uma alma frágil à procura de perguntas para questões existenciais. Um perfeccionista que viajava e trabalhava muito a um ritmo que o levava a um stress extremo", pode ler-se na mensagem.
A família do artista agradeceu ainda o apoio dos fãs do DJ. "Queremos agradecer o vosso apoio e as vossas palavras sobre o nosso filho e irmão. Estamos muito agradecidos a todos os que adoravam a música do Tim [Bergling], e que têm memórias preciosas devido às suas canções. Obrigado por todas as vossas iniciativas em honra do Tim, com encontros públicos, sinos de igreja a tocar as suas canções, homenagens em Coachella e momentos de silêncio por todo o mundo", escreveu a família de Avicii.
O DJ e produtor, considerado por muitos o "princípe da EDM" (música eletrónica de dança), morreu na tarde de 20 de abril, em Omã, no Médio Oriente.
Avicii atuou pela última vez em Portugal, no Rock in Rio Lisboa, em 2016. Anteriormente, o sueco já tinha passado pelo MEO Sudoeste, na Zambujeira do Mar, e pela Nova Era Beach Party 2012, por exemplo.
O espetáculo no Parque da Bela Vista, em Lisboa, foi um dos últimos da carreira do jovem DJ - o jovem decidiu abandonar os palcos há dois anos por motivos de saúde e era público que sofria de pancreatite aguda.
Depois do afastamento dos palcos, o artista deixou uma mensagem aos fãs nas redes sociais. "Todos nós chegamos a um ponto das nossas vidas e carreiras em que percebemos que o que é que tem mais importância para nós. Para mim é criar música. É para isso que eu vivo, é isso que eu sinto que nasci para fazer. No ano passado deixei de atuar ao vivo e muitos de vocês acharam que eu tinha acabado [de fazer música]. Mas o fim das atuações nunca significou o fim do Avicii ou da minha música. Em vez disso, voltei a ir para o sítio onde tudo fez sempre sentido — o estúdio (...) A próxima etapa da minha vida será toda ela dedicada ao meu amor por fazer música para vocês. Isto é apenas o começo de algo novo. Espero que se divirtam tanto quanto eu com isso", escreveu o DJ.
Avicii integrou o top dos 100 melhores DJ do mundo - de acordo com a DJ Magazine -, depois de ter feito remisturas eletrónicas para canções de Little Boots ou Dizzee Rascal.
Em 2017, Avicii lançou o EP “AVĪCI”, que assinalou o regresso à música do DJ e produtor. Dois anos antes, o sueco tinha editado "Stories", um disco sobre a sua evolução e sobre as suas experiências desde o lançamento do primeiro álbum. “Todas as músicas têm uma história que eu queria contar”, frisou na apresentação do registo de originais.
Avicii começou a carreira aos 19 anos, em 2008, com Ash Pournouri ao seu lado, ao triunfar na competição Pete Tong’s Fast Trax que, consequentemente, o levou a produzir “Manman”. No ano seguinte foi nomeado “Produtor/DJ Revelação do Ano” pela DJ Magazine e alcançou a terceira posição no Top 100 DJs da revista em 2012 e 2013. O reconhecimento mundial chegou com “Le7els”, em 2011, que chegou ao n.úmero um nos Estados Unidos da América e no Reino Unido, tendo vendido quatro milhões de discos em todo o mundo.
O primeiro álbum "True", que arrecadou vários prémios, vendeu mais de cinco milhões de cópias e chegou ao número um no iTunes em 84 países. “Wake Me Up!” foi o single que mais vendeu em 2013, alcançando quatro platinas, é uma das música mais tocadas de sempre no Spotify (mais de 300 milhões de vezes).
Em 2013, o sueco venceu o seu primeiro American Music Award (“Artista Favorito EDM”) e o seu primeiro MTV Europe Music Award (“Melhor Artista de Electrónica”). Em 2015, foi nomeado Melhor Artista de Música Electrónica do Mundo e o single “Wake Me Up” foi distinguido com um prémio Billboard Music Awards e iHeartRadio Music Awards.
Ao longo da carreira, o artista atuou para multidões - 80 000 fãs na sua cidade natal (Estocolmo)-, vendeu mais de 500 mil bilhetes na digressão de "True" (o seu primeiro álbum).
À revista Billboard, em 2016, Avicii confessou que a sua vida era como "uma viagem absolutamente louca". "Comecei a fazer música quando tinha 16 anos, comecei a andar em digressão quando tinha 18 e daí para a frente, entrei nesse universo e passei a dedicar-me 100% a isto. Quando olho para atrás, para a minha vida, penso: wow, fiz mesmo isto? Foi o melhor tempo da minha vida, de alguma forma. Teve um preço... trouxe-me muito stress e muita ansiedade. Mas foi o melhor período da minha vida", confessou.
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