A atriz britânica Charlotte Lewis perdeu o recurso por difamação na França contra o cineasta Roman Polanski, que a chamou de mentirosa em resposta às acusações de violação feitas por ela.
Na quarta-feira, o Tribunal de Recurso de Paris confirmou a sentença de primeira instância que absolveu Polanski, de 91 anos, que já enfrenta várias outras acusações de agressão sexual e violação.
Lewis recorrera da decisão do tribunal correcional, mas como o Ministério Público não apresentou recurso, a decisão tornou-se definitiva. O tribunal deveria decidir se o cineasta era culpado de uma "falta civil" e, assim, obrigá-lo a pagar uma indemnização, mas concluiu que não houve essa violação.
"É uma decisão altamente questionável, pois concede a Roman Polanski uma espécie de licença para matar através da comunicação social", disse à agência France-Presse o advogado de Lewis, Benjamin Chouai.
"Ele pode difamar, desacreditar e desprestigiar. Provavelmente continuará a fazer isso tanto contra Charlotte Lewis quanto outras mulheres", declarou, e mencionou um possível recurso de anulação.
Este processo não visava determinar se Polanski violara a atriz, mas apenas se ele teria abusado da sua liberdade de expressão durante uma entrevista à revista Paris Match publicada em dezembro de 2019.
Questionado sobre as acusações contra ele, o cineasta respondeu: "A primeira qualidade de um bom mentiroso é uma excelente memória. Charlotte Lewis é sempre mencionada na lista das minhas acusadoras, mas nunca apontam as suas contradições".
Em 2010, numa conferência de imprensa no Festival de Cannes, Lewis contou que foi agredida durante um teste de elenco realizado na casa de Polanski em Paris, em 1983, aos 16 anos.
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