O realizador Asghar Farhadi pediu, esta terça-feira, a libertação da atriz iraniana Taraneh Alidoosti, que foi presa no sábado por ter apoiado a onda de protestos que atravessa o país há vários meses.

"Apoio Taraneh e peço a sua libertação, assim como a dos meus outros camaradas cineastas Jafar Panahi e Mohammad Rasoulof, e todos os outros presos menos conhecidos, cujo único crime é querer uma vida melhor", disse Asghar Farhadi na sua página no Instagram nesta terça-feira.

Figura do cinema iraniano, Taraneh Alidoosti, de 38 anos, foi presa no sábado, após inúmeras mensagens críticas ao regime nas redes sociais.

"Se demonstrar esse apoio é um crime, então dezenas de milhões de pessoas neste país são criminosas", acusou Farhadi no que é a sua mais clara declaração de apoio aos protestos.

Habitalmente diplomático na relação com o regime do seu país, o realizador ganhou duas vezes o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, com "Uma Separação" (2011) e "O Vendedor" (2016), no qual participa Taraneh Alidoosti.

Taraneh Alidoosti é a mais recente personalidade pública detida no Irão após meses de protestos, que não param.

Outras personalidades do cinema detidas são os realizadores Mohammad Rasulof e Jafar Panahi.

Na segunda-feira, o Festival de Cinema de Cannes também pediu a libertação "imediata" da atriz, que é ainda acusada de se ter mostrado sem véu em mensagens enviadas pelo Instagram.

O grupo pop britânico Pet Shop Boys denunciou o "governo fascista" no Irão após esta prisão.

Os protestos foram desencadeados após a morte, em 16 de setembro, da jovem curdo-iraniana Mahsa Amini, de 22 anos, detida em Teerão pela polícia moral.