O CCB já tinha revelado que a abertura oficial do novo museu de arte contemporânea seria a 28 de outubro, tendo hoje anunciado que haverá três dias de “uma vasta programação especial e com entrada gratuita”, entre os dias 27 e 29.

“O museu abre portas às 21h30 do dia 27 com a inauguração de duas exposições, numa noite que inclui uma performance musical de João Pimenta Gomes (sintetizador modular) com voz de Carminho, e a atuação do DJ Jonathan Uliel Saldanha” até às 2h00, explica a fundação CCB.

Nos dias seguintes, estão previstas visitas guiadas, atividades para público adulto e famílias e atuações do Grupo de Percussão da Escola Profissional de Música de Espinho, do pianista Máximo Klyetsun e do clarinetista João Sousa.

O MAC/CCB abre com a apresentação das coleções em depósito – a Coleção Berardo, a Coleção Ellipse e uma exposição de desenhos da Coleção Teixeira de Freitas, bem com uma exposição individual da artista belga Berlinde de Bruyckere, que estará presente em Lisboa.

No início de setembro, o curador Delfim Sardo, do conselho de administração do CCB, disse à Lusa que para a abertura do museu estava preparada uma reformulação da exposição permanente, com “um cruzamento de peças da Coleção Berardo em depósito [no CCB] com a Coleção Ellipse, num alargamento para obras de artistas mais jovens”.

O museu estará encerrado ao público três dias antes da inauguração - a 25, 26 e 27 de outubro - abrindo com a exposição permanente "Objeto, Corpo e Espaço - A revisão dos géneros artísticos a partir da década de 1960" e "Coleção Berardo do Primeiro Modernismo às Novas Vanguardas do Século XX", num percurso com núcleos dedicados às principais vanguardas históricas da primeira metade do século XX, como o cubismo, o dadaísmo ou o surrealismo.

A 17 de outubro, dias antes da abertura oficial do MAC/CCB, o Centro de Arquitetura/Garagem Sul vai inaugurar a exposição “Habitar Lisboa", com curadoria de Marta Sequeira.

O MAC/CCB abrirá portas numa altura em que ainda decorre o processo de escolha da direção artística, iniciado com um concurso internacional e cuja decisão final está prevista para dezembro, segundo Delfim Sardo.

Em junho, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, disse que a abertura do MAC/CCB dá início a uma nova fase nos 30 anos de existência do CCB.

"Será um grande momento em que teremos um museu de arte contemporânea de perfil europeu em Lisboa, e que permitirá uma integração e diálogo entre o centro expositivo, as salas de espetáculos e a Garagem Sul [com exposições de arquitetura]”, afirmou.

O MAC/CCB nasce no seguimento da extinção da Fundação de Arte Moderna e Arte Contemporânea – Coleção Berardo e da denúncia de um protocolo de comodato assinado entre o Estado e o colecionador de arte José Berardo, que teve efeitos a partir de 01 de janeiro deste ano.

A Fundação CCB mantém-se fiel depositária da Coleção Berardo por decisão judicial – com responsabilidade de preservação e fruição pública -, mas as obras estão arrestadas pela justiça desde julho de 2019, na sequência de um processo interposto em tribunal pelo Novo Banco, pela Caixa Geral de Depósitos e pelo BCP, para recuperarem uma dívida de cerca de 1.000 milhões de euros.