Os Estúdios Victor Córdon (EVC), que têm programação própria, são dirigidos pelo coreógrafo Rui Lopes Graça e tutelados pelo Organismo de Produção Artística (Opart), que também tutela a Orquestra Sinfónica Portuguesa, o Teatro Nacional de São Carlos (TNSC) e a Companhia Nacional de Bailado (CNB).

Marlene Monteiro Freitas, bailarina e coreógrafa premiada internacionalmente, Leão de Prata da Bienal de Veneza (2018), é a artista "Em Casa" desta temporada, fazendo dos EVC o seu espaço de criação durante o ano em curso, de acordo com a programação do espaço avançada à agência Lusa.

Até dezembro deste ano, os estúdios ainda vão envolver na programação compositores, coreógrafos, artistas e demais criadores como Cristina Peres, David Marques, Dorotea Saykaly, Edivaldo Ernesto, Edna Jaime, João Cardoso, João Afonso Vaz, Luís Tinoco, Marcos Morau, Pia Krämer e Wim Vandekeybus, a par de programas que estabelecem uma relação direta com o setor.

O programa "Território", plataforma para início de carreiras de jovens bailarinos de todo o país, traz este ano a Portugal o coreógrafo Marcos Morau, diretor da companhia La Veronal, e a coreógrafa Dorotea Saykaly, recentemente distinguida na 1.ª edição do prémio Emily Molnar, atual diretora do Nederlands Dans Theater.

Conta também com uma curta-metragem de Sara Bernardo, vencedora do prémio Território|Estúdios Victor Córdon, na categoria Melhor Realizador Nacional, numa parceria com o Inshadow Lisbon Screendance Festival.

Nesta edição, a estreia do espetáculo ocorrerá na cidade do Porto, nos dias 22 e 23 de julho, no Teatro Nacional São João, com posterior digressão a Leiria, no Teatro José Lúcio da Silva, e a Lisboa, no Millennium Festival ao Largo.

Com curadoria de Pia Krämer, o programa "Identidade Profissional em Transição" tem como foco "a transição de carreiras de profissionais das artes performativas, através de ferramentas inovadoras e significativas", segundo a programação desenhada por Rui Lopes Graça.

"Pretende-se criar um espaço para diálogo, intercâmbio e partilha de experiências entre profissionais que planeiam transformar e/ou reorganizar as suas carreiras num novo formato", e "uma visão analítica dos sistemas internacionais de apoio à transição de carreiras, para uma reflexão sobre o papel fundamental das instituições artísticas nesta mudança", sustenta a programação.

Para a prática, o conhecimento e a especialização de profissionais da dança, os EVC vão promover dois momentos de formação complementar com a parceria da Fundação GDA, que terá lugar na semana de 4 a 8 de abril, e traz a Portugal o coreógrafo belga Wim Vandekeybus.

Por seu turno, o programa "Kick Off’22" dará o mote para o início do mês de setembro, propondo uma semana com o português João Cardoso e o moçambicano Edivaldo Ernesto.

O programa de apoio à criação de primeiras obras para jovens criadores, intitulado "1.º Ciclo", vai passar a integrar mais estruturas de formação artística na área da dança contemporânea de referência do país, nomeadamente, a Escola Superior de Artes do Espetáculo (ESMAE), Escola Superior de Dança (ESD), a Faculdade de Motricidade Humana (FMH) e o Fórum Dança.

Por seu lado, o programa "Uma Coleção para Amanhã" realiza a sua 2.ª edição dedicada a alguns dos protagonistas da dança contemporânea moçambicana, com curadoria da jornalista e ex-crítica de artes performativas Cristina Peres e realização de João Afonso Vaz.

Esta coleção, fruto da parceria com o Camões – Centro Cultural Português em Maputo, apresenta-se num formato digital, transmitido todos os meses no canal Youtube dos EVC, e difundido nos canais de comunicação de cada uma das instituições, cuja parceria pretendem intensificar para "criar pontes de contacto entre” os dois países.

Neste contexto, o coreógrafo Victor Hugo Pontes vai ser convidado a realizar um 'workshop' em Maputo, de 3 a 14 de julho, na 2.ª edição do programa "Itinerários" de incentivo à criação artística dirigido a criadores moçambicanos na área da dança.

Esta edição tem lugar entre outubro e novembro, conta com a mediação da coreógrafa moçambicana Edna Jaime, em Maputo, e do coreógrafo português David Marques, em Lisboa, e integra mais um país com a parceria de L’Obrador, possibilitando ao coletivo de artistas a realização de três residências em três países: Portugal, Espanha e Moçambique.

Toda a programação dos EVC coabita ainda com os programas habituais de apoio à criação e à prática, nomeadamente as "Residências Artísticas", "Em Trânsito", aulas de dança diárias para profissionais, aulas de dança clássica para adultos, mostras, apresentações e conversas.