Para os fãs de fantasia, romance e ação, vão-se acumulando ofertas literárias ao longo de 2023. Só a editora Saída de Emergência, especializada em literatura fantástica e afins, lançou pelo menos quatro obras ao longo do ano que a prometer grandes e novíssimas sagas (como “Gild”), romances históricos (“Herdeiros de Roma”) e reedições de trabalhos por esta altura já clássicos, como “A Casa na Floresta” - obra vinculada ao imaginário celta de Marion Zimmer Bradley.

"Gild", de Raven Kennedy

Hoje em dia, as estratégias de vendas têm que se virar para o TikTok e foi por lá que esta saga da californiana Raven Kennedy chegou às listas de 'best-sellers'.

“Gild” é o primeiro livro da série e tem como protagonista a amante predileta do rei Midas, Auren. Houve leitoras a queixarem-se da sua insistência em desculpá-lo por a manter numa gaiola dourada enquanto ela é apenas mais uma das suas amantes (a preferida, é preciso esclarecer - até porque também ela, como tudo em que o famoso rei toca, é... dourada). Mas a rapariga devia ao rei pelo menos um grande favor: dar-lhe abrigo quando fugiu do tráfico de crianças.

Embora Auren permaneça cativa muito tempo na narrativa há, no entanto, reviravoltas que vão levar finalmente a “lady” à ação e fazer os leitores esperarem pelo próximo capítulo…

"Herdeiros de Roma", de Debra MacLeoud

Uma obra que pertence à saga "As Virgens Vestais" (o segundo, depois de "As Noivas de Roma") e, de registo bastante mais sombrio e também mais próximo do realismo histórico, embarca no imaginário dos romanos cruéis, maquiavélicos e entretidos em violentos jogos de poder.

Não é à toa que começa logo a abrir com um banho de sangue. A partir daí, segue-se uma das tais “virgens”, Pampónia, de proeminência no grupo das sacerdotisas, a quem cabe tomar conta da Chama Eterna.

Parte da ação decorre no reinado de Otávio, o imperador que herda as conquistas de Júlio César e torna-se o grande líder de um gigantesco império. Ao mesmo tempo, Roma sofre de uma peste de origem inexplicável que agrava as maquinações políticas e reforça os poderes do Oráculo.

"A Casa na Floresta", de Marion Zimmer Bradley

Se “As Brumas de Avalon” foi um dos livros mais marcantes da cultura popular nos anos 80, fica o convite para a revisitar a série que se espalhou por mais sete livros - incluindo três lançados já depois da morte da escritora em 1999.

Bradley mergulhou no universo das lendas do rei Arthur à sua maneira, através de uma perspetiva feminina que recriava um mundo de fábulas bretãs, tradições celtas e remexia no gigantesco legado da literatura medieval inglesa que alcançou grande popularidade nas mais diversas artes do século XX.

“A Casa na Floresta” é de 1993 e a autora avança segundo a trilha dos amores proibidos - neste caso, entre uma sacerdotisa celta destinada à tal “casa” do título (e à virgindade…) e um romano. Pelo meio, há um amplo passeio por choques culturais e descrições de civilizações há muito desaparecidas.

"A Vida, o Universo e Tudo o Resto", de Douglas Adams

De outros quadrantes do espaço vem esse exemplar da clássica série “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, criada no final dos anos 70 por Douglas Adams.

Quem não conhece tem nova oportunidade para tropeçar nos disparates de Arthur Dent, único sobrevivente de uma catástrofe que destruiu a Terra ao lado de Tricia Trilliam, e os extra-terrestres Ford Perfect, o seu melhor amigo, o altamente incompetente e deprimido ex-presidente da Galáxia, Beeblebrox e Slartibartfast, vice-presidente da Companhia em Tempo Real.