
A aguardada série de televisão britânica "Black Mirror" regressa à Netflix esta quinta-feira para a sua sétima temporada, prometendo mergulhar os fãs mais uma vez nos seus mundos icônicos e distópicos recheados de tecnologia futurista.
Após uma espera de dois anos, a premiada série, criada por Charlie Brooker, exibirá seis novos episódios, incluindo uma sequela do episódio "USS Callister" da quarta temporada — um épico espacial inspirado no universo "Star Trek".
"Há alguns episódios que são bastante desagradáveis", disse Brooker à agência France-Presse (AFP) no mês passado, num festival na cidade de Lille, no norte da França.
O argumentista britânico acrescentou que eles se assemelham mais ao "Black Mirror" 'à antiga', referindo-se às temporadas anteriores, que frequentemente exploravam enredos perturbadores impulsionados pela tecnologia.

"Há muitos episódios emocionais... Portanto, é uma mistura, que é mais ou menos o que se esperaria de 'Black Mirror', do familiar e do inesperado", acrescentou Brooker.
Alguns episódios, ironicamente, transbordam nostalgia, explorando tecnologias que permitem reviver uma memória inserindo uma fotografia antiga ou recriar um filme a preto e branco usando Inteligência Artificial.
Os fãs verão os atores Paul Giamatti (nomeado para os Óscares por "Os Excluídos"), Rashida Jones ("Parks and Recreation"), Issa Rae ("Insecure") e Emma Corrin ("The Crown") nos ecrãs ao longo da temporada.

A série de culto, que já recebeu nove prémios Emmy, foi exibida pela primeira vez no Channel 4 do Reino Unido entre 2011 e 2014, antes de migrar para a Netflix em 2016 e ganhar reconhecimento global.
A temporada anterior, escrita durante a pandemia de COVID-19, num momento em que Brooker se dizia "cansado da tecnologia", foi mais sangrenta e sobrenatural do que as anteriores, disse o argumentista num comunicado à imprensa.
A sétima temporada deve agradar aos fãs de longa data, graças ao seu regresso ao "Black Mirror" 'à antiga' e aos temas tecnológicos de um futuro próximo, com uma camada satírica e um contexto social por cima", disse Brooker.
É uma receita para o sucesso que a temporada, frequentemente elogiada pela sua presciência, rapidamente repetida no perturbador primeiro episódio, chamado "Common People" (Pessoas comuns).

O episódio conta a história de uma mulher salva por uma tecnologia médica milagrosa à qual o seu marido adere, mas que gradualmente consome o casal com o seu cínico modelo baseado em subscrições.
A série mostra como a tecnologia em si mesma "não é má nem maliciosa", disse Brooker à AFP em Lille.
"Muitas vezes, os humanos envolvidos nas histórias não são necessariamente maldosos, mas há uma falta de jeito."
"De certa forma, nós somos o problema", acrescentou.
Logo após o seu lançamento, a sexta temporada de "Black Mirror" foi a série mais vista a nível global na Netflix, com mais de 11 milhões de visualizações na primeira semana.
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