"Para o orçamento relativo a 2014, iremos trabalhar em conjunto até abril", adiantou também Valente de Oliveira, sem detalhar.

O responsável encontrou-se na segunda-feira com Passos Coelho por causa do corte orçamental que o Governo aplicou à Casa da Música e que motivou a demissão em bloco, a 18 de dezembro, do Conselho de Administração (CA) da instituição.

O Governo cortou 30 % nas transferências de verbas para a Fundação durante este ano face a 2012.

Valente de Oliveira, que falou à Lusa no final da Assembleia Municipal do Porto, órgão a que preside e que esteve reunido na segunda-feira à noite, avançou ainda que "foi reafirmado pelo primeiro-ministro que quer que a Casa da Música continue a ser gerida por uma fundação privada".

Mas para o CA demissionário, "deixaram de estar reunidas as condições" que garantiam "o sucesso" da instituição.

Em comunicado, a administração referiu então que, em abril, tinha sido acordada com o Governo uma redução de 20 % no "financiamento inicialmente assegurado de 10 milhões de euros".

Em novembro, prosseguiu, numa reunião do Conselho de Fundadores, "o Estado deu a entender que o CA não teria sido prudente em avançar com a execução do plano de atividades em 2012 e com a preparação do ano de 2013 apenas com base na palavra do anterior Secretário de Estado da Cultura", Francisco José Viegas.

Na altura, o administrador delegado, Nuno Azevedo, acusou o Estado de ter faltado à palavra e não estar "disponível para jogar as regras do jogo", criticando o "populismo inaceitável" nos cortes às fundações.

O Conselho de Fundadores da Casa da Música reagiu com "mágoa" à renúncia de todo o Conselho de Administração da instituição, e anunciou não ter aprovado o plano para 2013-2015, "por falta de definição do quadro financeiro".

Em comunicado, o Conselho de Fundadores não deixou de apontar o dedo a incumprimentos do Estado, falando num "quadro diferente em um milhão de euros" daquele "que tinha sido definido em abril pelo secretário de Estado da Cultura.

@SAPO/Lusa