Promovido por aquela autarquia do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto, o evento pretende aumentar a cultura musical do público através do contacto com “o mais jovem e fresco jazz nacional”, e, segundo o presidente da Câmara Municipal, Jorge Vultos Sequeira, quer também garantir aos espectadores “uma experiência de usufruto sofisticada e diferenciadora”.

Para isso, os principais espetáculos – que irão decorrer na Casa da Criatividade, a preços dos cinco aos 12 euros ou mediante um passe geral a 40 – apostarão numa cenografia de palco “única, concebida por Israel Pimenta para transformar cada concerto com pormenores criativos diferentes”.

No final desses espetáculos haverá conversas com os artistas que estiveram em palco e também performances por jovens músicos de jazz de escolas da região. Ao longo de todo o mês, o festival levará ainda ao centro comercial 8.ª Avenida diversas atuações, umas por solistas com carreira já consolidada e outras por novos talentos do meio jazzístico.

A abertura formal do Novembro Jazz cabe ao trio de bossa nova da brasileira Paula Morelenbaum, acompanhada pelos alemães Ralf Schmid, no piano, e Joo Kraus, na trompete. Segundo a organização do festival, o coletivo vai “celebrar a genialidade de João Donato, de Edu Lobo e da parceria entre Ivan Lins e Vítor Martins”, evocando também Egberto Gismonti, Caetano Veloso e Tom Jobim.

Segue-se o espetáculo com Eduardo Cardinho, apontado como “um dos vibrafonistas mais inovadores da sua geração” devido a uma abordagem rítmica e sonoridade distintivas. Em palco o músico apresentará temas do álbum “Not Far From Paradise”, que lançou este ano pela editora Fresh Sound, de Barcelona.

O protagonista que se sucede é o baterista e pianista Hugo Lobo, que “é considerado um dos músicos mais ativos da cena jazz em Portugal” e com o seu trio dará a conhecer as razões pelas quais em 2021 recebeu o Prémio de Melhor Instrumentista na Festa do Jazz.

Depois sobe ao palco a recém-criada banda Salamandra, que, com o tema “Artificiência Intelegencial”, foi distinguida como um dos Novos Talentos Fnac de 2024 e que se insere nas "mais modernas correntes de renovação do jazz contemporâneo”.

O concerto do Pedro Ricardo Trio, por sua vez, explorará o álbum de estreia do multi-instrumentista, produtor e DJ que lhe dá nome, em concreto “Soprem bons ventos”, que, editado pela britânica Soundway, combina jazz com música folclórica de Cabo Verde, Brasil e Espanha, entrelaçando essas influências instrumentais com gravações de campo e eletrónica.

A Casa da Criatividade recebe depois o trio Zajguar e Lana Gasparotti. Segundo a organização do festival, o primeiro coletivo destaca-se por “comunicação telepática, empatia e partilha de uma mesma linguagem”, enquanto a multi-instrumentista e cantora luso-croata é conhecida por misturar jazz, hip-hop, drum and bass num registo tanto acústico como eletrónico, tendo já feito parte da coletânea de Novos Talentos Fnac 2023.

O encerramento do Novembro Jazz faz-se com o pianista Júlio Resende, acompanhado pelo guitarrista Bruno Chaveiro e pelo Coro de Pequenos Cantores de São João da Madeira. O espetáculo vai incidir sobre o álbum de fado-jazz com que Júlio Resende assinala os 50 anos do 25 de Abril e no qual documenta com música original de sua autoria a relação de Portugal com África.

Quanto a atividades paralelas, além das já referidas palestras com os cabeças-de-cartaz, a edição de 2024 do festival integra ainda uma feira de vinil, sets de DJ, trabalhos de ilustração e a mostra fotográfica “Mulheres no Jazz”, em que Márcia Lessa apresenta o que Jorge Vultos Sequeira considera “retratos arrebatadores sobre o talento feminino do jazz”.