Com o compositor francês Sylvain Griotto a cargo dos arranjos para orquestra, a peça é uma “revisitação” da obra homónima de Gustav Holst que Jeff Mills tem vindo a desenvolver desde 2005, “com toda a informação que hoje há acerca dos planetas”, criando para isso uma partitura “completamente diferente”.
Mills é um nome ligado há décadas à música de dança eletrónica, responsável por temas como “The Bells”, que pelo ano 2000 começou a debruçar-se mais sobre a clássica, depois de fazer uma banda sonora para “Metropolis” de Fritz Lang, estreando-se mais tarde com orquestra em 2005, em França.
Em entrevista com a Lusa a partir de Paris, Mills explicou que ao perceber que “estas coisas funcionavam entre a música eletrónica e a clássica", começou a pensar em todas "as outras que seriam possíveis como, por exemplo, revisitar Strauss ou Debussy, fazendo interpretações eletrónicas dessas grandes obras”.
“Penso que na música eletrónica nascemos de uma maneira selvagem e sem restrições. Sei que quando vemos algo que será benéfico para as pessoas e para as pessoas que gostam de música tentamos de forma profunda materializar estas coisas, quer sejam bem-vindas ou não”, afirmou o norte-americano.
O DJ e compositor reconheceu que sempre que surge algo novo “haverá sempre quem critique por não ser algo puro, mas a única maneira de descobrir alguma coisa nova é misturar géneros”, sem acreditar que os cruzamentos entre a eletrónica e a clássica ponham em causa um ou outro género.
Questionado sobre a forma como as próprias orquestras acolhem o seu trabalho, Jeff Mills explicou que varia, havendo casos de músicos que “não o suportam” e outros casos nos quais “toda a gente na orquestra quer fazer algo novo”.
A seguir à estreia mundial de “The Planets”, com a Orquestra Sinfónica do Porto, os espetadores vão poder ainda assistir a “The Chairman Dances”, de John Adams.
@Lusa
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