![Funeral do maestro Pedro Osório realiza-se sábado](/assets/img/blank.png)
Pedro Osório morreu em Lisboa aos 72 anos e o corpo estará em câmara ardente a partir das 16:00 de hoje na Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), em Lisboa.
A cerimónia fúnebre começa às 14:30 na SPA, seguindo-se o funeral às 15:00 para o cemitério do Alto de São João, em Lisboa, onde o corpo do artista será cremado.
O cantor Carlos do Carmo lamentou o falecimento do maestro, tendo declarado à Agência Lusa que é uma “grande perda” e “mais um companheiro que fica pelo caminho”.
Cantor e intérprete de fado, Carlos do Carmo trabalhou com Pedro Osório ao longo de quase três décadas.
“Trabalhámos juntos nos anos 70, 80 e 90. Estivemos em muitos concertos. O Pedro foi nomeadamente meu pianista, chefe de orquestra e arranjador ”, disse Carlos do Carmo à Lusa.
A morte de Pedro Osório não foi surpresa para Carlos do Carmo, uma vez que se encontrava desde há algum tempo gravemente doente.
“Todos sabíamos que o Pedro estava gravemente doente. Ele tentou lutar contra o cancro, mas não conseguiu ganhar. É mais um companheiro que fica pelo caminho… Um dia serei eu. Vamos indo uns atrás dos outros”, concluiu.
Por sua vez, o secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, lamentou a morte de um homem “tão multifacetado quanto exigente e empenhado em cada projeto a que se dedicava”.
Em nota emitida, o secretário de Estado afirma tratar-se do “desaparecimento de uma figura a quem a música ligeira portuguesa, desde a década de 60, deve uma grande parte daquilo que foi e também do que é ainda hoje”.
Para Francisco José Viegas, Pedro Osório foi uma “personalidade que imprimiu sempre uma marca de contemporaneidade e modernidade na música ligeira portuguesa” e “são inúmeros os músicos portugueses que devem a Pedro Osório um pouco de tudo, desde canções a arranjos e composições, além da sua presença solidária e da sua amizade”.
Orquestrador, chefe de orquestra, diretor musical, compositor, Pedro Osório nasceu no Porto a 17 de julho de 1939.
Trabalhou com vários artistas do panorama nacional, nomeadamente Sérgio Godinho, Fernando Tordo, Carlos do Carmo, Carlos Paredes, Rui Veloso, Carlos Mendes, Herman José, Lúcia Moniz ou Xutos e Pontapés.
Figura regular dos Festivais RTP da Canção, que venceu várias vezes como autor e orquestrador, e autor de vários musicais dos casinos Estoril e Póvoa de Varzim, Pedro Osório optou pela carreira musical quando terminava a licenciatura em engenharia mecânica.
Entre outras distinções, em 1982, recebeu o Prémio da Crítica pela composição para a peça “Baal”, de Bertolt Brecht.
Foi dirigente do Sindicato Nacional dos Músicos e fez parte da organização do I Congresso Nacional dos Músicos em 2003. De 2003 até janeiro de 2011 foi membro da administração da SPA, estando atualmente no grupo do fado.
Em 1994, o Presidente da República Mário Soares condecorou-o com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique, tendo recebido posteriormente a Medalha de Ouro do Concelho de Oeiras e a de Mérito da Sociedade Portuguesa de Autores.
Já este ano, o Ministério da Cultura agraciou-o com a Medalha de Mérito Cultural e o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, condecorou-o com a comenda da Ordem da Liberdade.
Pedro Osório, que também se dedicava à escrita de obras de música sinfónica, algumas das quais já executadas em público, lançara recentemente o livro “Memórias irrisórias com algumas glórias" além do álbum "Cantos da Babilónia", inspirado em músicas de várias partes do mundo.
SAPO com Lusa
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