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“Nós recebemos, para este ano, de propostas para vindas à festa de grupos portugueses que nos mandaram CD, dossiês, maquetas… cerca de 600 propostas que nos levou a ouvir e a fazer a seleção e é claro que isto é um universo que permite uma seleção muito variada”, disse Ruben de Carvalho à Lusa, à margem da conferência de imprensa de apresentação da 38.ª edição da Festa, realizada na Quinta da Atalaia, concelho do Seixal (Setúbal).

Além da quantidade e diversidade de oferta que tiveram para esta edição da Festa – a decorrer naquele espaço nos dias 5, 6 e 7 de setembro – que contribuiu para manter a “tónica muito nacional no programa [musical]”, Rubem de Carvalho disse ainda terem tido "mais tempo" para preparar o certame.

“O ano passado tivemos eleições e o critério de seleção ressentiu-se um pouco dessa falta de tempo acabando nós por não conseguir ir tão longe quanto queríamos em alternativas", referiu.

A edição deste ano registou, igualmente, um aumento no número de voluntários que ajudam a construir a festa, disse Alexandre Araúdo, do secretariado do Comité Central do PCP.

Para Ruben de Carvalho, a “grande diferença” desta edição da Festa consiste em manterem "a tónica" na música nacional, aliando-a com "uma maior presença de artistas estrangeiros”.

Privilegiar os artistas portugueses é desde há uns anos “uma opção clara”, disse, alegando serem poucos os festivais - mesmo os que têm uma componente étnica forte - que não privilegiam a música estrangeira.

Temos até a preocupação do ponto de vista técnico e cénico de lhes dar mais e melhores oportunidades”, razão por que este ano o palco 25 de abril foi alvo de obras que lhe permite ter “uma componente luminotécnica bastante maior que em anos anteriores".

Ruben de Carvalho referiu ainda o facto de a importância da Festa não se esgotar na oferta musical, destacando, nomeadamente uma exposição patente no espaço central, intitulada “Os valores de abril no futuro de Portugal”.

Trata-se de uma mostra sobre o 25 de Abril de 1974 e o antes do 25 de abril que fará um “percurso histórico das últimas décadas da vida do povo português”.

Para o dirigente comunista, o “ambiente de grande fraternidade, grande alegria e grande segurança” são “um traço característico da Festa” e talvez "uma das razões por que é inteiramente justo chamar-lhe a festa do Portugal de Abril”. “Abril devia ser assim”, concluiu.

@Lusa