Os MTB irromperam na sala ao som da faixa título do seu novo álbum «Share the Fire» com o trio a tentar arrancar uma reacção do público no pouco tempo que dispunham e dessa forma acender a faísca do público para começar a combustão da noite.
Num concerto que durou meia-hora, o trio aproveitou por fazer uma rápida retrospectiva do seu trabalho, tocando «Hooked on you», «Come into my Water», «Broken Lovers», «Modern Times, So Simple» e «Nervous Boogie». A banda actuou com confiança e mereceu entusiásticos aplausos da plateia.
A banda portuguesa, formada por Henry Leone Johnson, Johnny Dynamite e Mallory Left Eye, partilhou um bom fogo em palco antes de Lisboa receber os B.R.M.C.
Com o fogo já aceso na plateia, os Black Rebel Motorcycle Club (B.R.M.C.) subiram ao palco da Aula Magna ao som da hipnótica «War Machine», tema do novo álbum «Beat The Devil's Tattoo». A voz de Robert Levon Been encheu pela primeira vez a sala, acompanhada pela guitarra estridente de Peter Hayes e pela marcação de tempo cirúrgica da baterista Leah Shapiro. A banda norte-americana continuou a apresentar material do novo álbum e seguiu-se a explosiva «Mama Taught Me Better», tema mais acelerado que proporcionou um primeiro contacto do público com as novas canções ao vivo.
Apesar das primeiras reacções positivas, os B.R.M.C. apenas começaram a agitar verdadeiramente a plateia quando tocaram o tema «Red Eyes and Tears», do álbum de estreia da banda (considerado por muitos o melhor álbum de sempre dos B.R.M.C.).
À medida que o alinhamento se ia tornando mais denso, com temas do novo álbum como «Beat the Devil's Tattoo» e «Bad Blood», a energia dos amplificadores e a presença dos músicos em palco ia contagiando a plateia, que aos poucos se ia levantando das cadeiras e dançando hipnotizada, tal como serpentes encantadas. Com o feitiço consumado, e sem deixar respirar a plateia, os B.R.M.C. não quebraram o encantamento e seguiram-se os temas, «No Easy», «Aya», «Berlin», «Weapon of Choice».
Se a ignição foi rápida e relativamente fácil de alcançar, o primeiro sinal de labaredas surgiu com o tema «Whatever Happened To My Rock & Roll», em que praticamente toda a plateia da Aula Magna se levantou para dançar e cantar o tema clássico do conjunto de São Francisco.
Em «Six Barrel Shotgun», Robert Levon Been resolve ir explorar a plateia furando entre as cadeiras do recinto enquanto Peter Hayes canta a plenos pulmões o refrão da canção do álbum «Take Them on Your Own».
Depois de uma hora de rock frenético, em que a banda conseguiu expandir o seu som até à última pessoa do recinto, foi o momento da implosão, criando-se uma atmosfera de intimidade com uma sessão de baladas folk em que ora cantava Robert Levon Been, ora cantava Peter Hayes. Os Black Rebel Motorcycle Club conseguiram reduzir os BPM’s mas aumentar a intensidade com que interpretavam as canções.
A sensual febre de «Spread You Love» terminou a primeira parte do concerto, antes do encore, electrizando novamente o ambiente levantando novamente o público. No encore, o trio tocou «Salvation» e «Shadow's Keeper».
A banda regressa esta noite aos palcos portugueses no Hard Club na cidade do Porto.
Os Murdering Tripping Blues asseguraram a 1ª parte.
Texto: Eduardo Santiago
Fotos: Vera Moutinho/Graziela Costa
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