Inaugurada a 21 de dezembro, no MUDE, em colaboração com o Museu do Fado, também em Lisboa, a exposição “Com Esta Voz Me Visto – O Fado e a Moda” abriu na altura das celebrações do primeiro aniversário da classificação do Fado como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO, Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

A exposição reúne cerca de 60 trajes de cena, que ilustram o processo de construção da imagem dos fadistas, com um grande núcleo dedicado a Amália Rodrigues.

Amália foi uma das fadistas que operou grandes mutações ao nível da imagem e da apresentação em palco, sublinhou na altura da apresentação da exposição Sara Pereira, diretora do Museu do Fado e comissária desta mostra, em conjunto com Bárbara Coutinho, diretora do MUDE.

Amália Rodrigues, falecida em 1999, apresentou-se em palco com diversos trajes, tendo sido uma referência pelos seus vestidos negros, com saias largas, que a imprensa estrangeira referiu como “os vestidos de infanta”.

Além dos trajes de Amália, cujos vestidos de cena foram cedidos pela Fundação Amália Rodrigues e pelo Museu do Teatro, encontra-se vestuário de Maria da Fé, Camané, Mariza, Ana Moura, Cristina Branco, Carminho, Mísia, Paulo Bragança, entre outros fadistas que cederam peças do guarda-roupa.

Estão também patentes os diferentes adornos, como joias, bijuteria, lenços e xailes tradicionalmente usados, e objetos do universo masculino, como botões de punho, a boina e o lenço de Alfredo Marceneiro, o medalhão de Rodrigo e várias peças de Paulo Bragança, que definiu um estilo muito próprio.

“Com Esta Voz Me Visto – O Fado e a Moda”, que deveria ter encerrado a 31 de março, vai continuar patente até 28 de abril.

No dia 27 de novembro de 2011, o VI Comité Inter-governamental da UNESCO, reunido em Nusa Dua, na ilha indonésia de Bali, proclamou o Fado Património Cultural Imaterial da Humanidade.

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