Os Da Weasel regressaram “para ficar” e, embora esteja ainda em aberto o que isso significa, está prevista para este ano uma “mega-exposição” com peças que marcam a carreira da banda, disse à Lusa um dos fundadores.
“Os Da Weasel vieram para ficar. Mas estamos neste momento a decidir, a analisar - o assédio é muito grande também. Entusiasmo, não falta. E quando sentes carinho, naturalmente não podes ficar por aqui”, afirmou o músico João Nobre (Jay), em entrevista à Lusa, a propósito da edição da biografia do grupo, “Da Weasel – Uma página da história”, de Ana Ventura.
Os Da Weasel, banda fundada em 1993 pelos irmãos João e Carlos Nobre (Carlão) anunciaram em 2009 uma pausa na carreira, que um ano depois acabaria por se tornar definitiva.
Em julho do ano passado, os seis elementos do grupo - Jay, Pacman (que o público agora conhece como Carlão), Virgul, Guilhas, Quaresma e DJ Glue - reuniram-se para um concerto no festival Alive, em Oeiras, assinalando assim o regresso do grupo aos palcos, inicialmente previsto para 2020.
O dia do festival que tinha a banda como cabeça de cartaz esgotou, sendo mais tarde anunciado um novo concerto, desta vez para julho deste ano no festival Marés Vivas, em Vila Nova de Gaia.
Quanto ao que irá acontecer depois, Jay diz que “está tudo em aberto, até porque há elementos [da banda] que têm a sua vida própria”.
“Portanto, há aqui uma série de fatores para contrabalançar, para pesar”, referiu, lembrando que “o regresso [se] proporcionou porque [se] resolveram uma série de coisas em definitivo”.
“Já anunciámos o regresso, estamos nesse processo de desfrutar, de ver como é que as coisas evoluem e correm. Estamos a gostar imenso, a sentir esse carinho, por isso depois do Marés Vivas logo se vê, logo se decide o que se vai fazer, a todos os níveis”, afirmou.
Ao longo do tempo, a banda fez um “levantamento, de peças, objetos, raridades, que vai dar origem a uma mega-exposição, a ser anunciada em breve”.
De acordo com Jay, serão mostradas “coisas inacreditáveis”. “Nós próprios ficámos surpreendidos com algumas peças e alguns objetos, de uma riqueza tremenda. Foi um levantamento exaustivo, de tudo o que pudesse ter interesse. Foi feito, está feito, e estou ansioso para que possamos viver esse momento, essa celebração, que vai ser pública, vai ser para todos”, disse.
A discografia dos Da Weasel inclui seis álbuns de estúdio, um EP e dois DVD ao vivo, na qual se encontram canções como “Good Bless Johnny”, “Dúia”, “Agora e para sempre (a paixão)”, “Ressaca”, “Dou-lhe com a alma”, “Dialectos de ternura” e “Tás na boa”.
Segundo Jay, “ficaram coisas por publicar”. “Há algumas raridades, algumas pérolas, que ficaram na gaveta. Vamos ver o que é que pode dar”, disse, explicando que “nem sequer há material para um EP, quanto mais para um disco”.
Questionado sobre a possibilidade de criarem músicas novas, Jay respondeu: “Não é uma resposta politicamente correta, mas enquanto tivermos isto tudo para processar, para pensar, para reativar e para ativar, não vamos sequer pensar em músicas novas”.
“Este retorno 12 anos depois foi tão difícil, a nível técnico, tão difícil a tantos níveis, porque tivemos que ir ao baú, fazer ‘reset’ a muita coisa, para ir buscar lá atrás quais eram as rotinas, como é que executávamos as coisas”, justificou.
Jay, por exemplo, precisou de “reaprender centenas de acordes, para não defraudar as pessoas, que estavam habituadas a ver uma determinada sequência de movimentos, de interatividade”. “É tanta coisa para resolver, que não nos deixa sequer espaço para pensar em criar”, reiterou.
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