
Em conferência de imprensa, o diretor artístico da instituição portuense António Jorge Pacheco afirmou que, apesar de um “orçamento amputado” para 2012, foi possível estabelecer parcerias para completar a programação, que conta com várias estreias e uma digressão de 19 concertos.
Para o dia 4 de novembro está marcada a atuação do Remix Ensemble, sob a direção de Pierre Boulez, de 87 anos. O facto de o compositor e regente francês ter cancelado concertos anteriores, por motivos de saúde, levou António Jorge Pacheco a afirmar que há uma “margem de dúvida” em relação à realização do evento.
O diretor artístico da Casa da Música fez, no entanto, questão de salientar a mensagem enviada por Boulez à instituição, numa reação à morte do compositor português Emmanuel Nunes no passado domingo, em Paris.
"A coragem e a persistência fizeram de Emmanuel Nunes um músico de nível excecional. A sua morte entristece a paisagem contemporânea”, escreveu o compositor de "Le marteau sans maître", que dirigiu o IRCAM, Instituto de Pesquisa e Coordenação Acústica Musical, que também foi a casa do compositor português na capital francesa.
Em setembro, dia 8, já este sábado, dois "monólogos no feminino" abrem a temporada com "A voz humana" de Poulenc, sobre texto de Jean Cocteau, e "Erwartung" ("Expetativa"), de Schoenberg.
Aos monodramas sucede, no dia 22, uma sessão dedicada a trabalhos “inacabados” da música, como a 10ª Sinfonia de Mahler, traduzida no seu Adágio, ou a Sinfonia nº 7 de Franz Schubert, que assumiu por nome, precisamente, a sua condição - “Inacabada” - e que se destaca no programa do concerto.
Sobre a obra, António Jorge Pacheco lembrou, com um sorriso, a “polémica” da numeração, que se para alguns é a "sétima", para outros não deixa de ser a "oitava".
O único evento "clubbing", para já confirmado no programa, decorre no dia 27 de outubro, com o ex-Velvet Underground John Cale na sala principal da Casa da Música, enquanto no último andar o vocalista dos Mão Morta, Adolfo Luxúria Canibal, vai passar música.
As comemorações do Ano do Brasil em Portugal vão ser acompanhadas pela Casa da Música com uma homenagem a Luiz Gonzaga, contando ainda com as presenças de Naná Vasconcelos, do Hamilton de Hollanda Quinteto e de Roberta Sá.
@SAPO/Lusa
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