Celeste Jesus é a empregada mais antiga da Biblioteca Musical. Atrás do balcão atende todos os dias, há 44 anos, um público muito especializado: músicos, professores e alunos de música. Ela própria trata a música por "tu".

Estudou durante seis anos no Conservatório do Porto, no curso geral. Aos 20 anos, deixou o curso e arranjou emprego na Biblioteca Musical. "É um emprego agradável e ainda por cima estou dentro do assunto. Ainda hoje entro no conservatório e orgulho-me de toda a gente me conhecer", conta ao SAPO.

O estabelecimento foi um dos primeiros especializados em música no Porto e ainda hoje mantém o estatuto. Não é uma biblioteca como as outras, não tem mesas de leitura, mas junta de tudo um pouco. Livros e instrumentos musicais, em especial o piano clássico.

"A nossa especialidade são os pianos clássicos.Esta casa tem uma tradição no que toca à qualidade dos pianos, inclusive fazemos reparações e afinações", explica CelesteJesus.Na loja, a maior parte destes instrumentos esperam para ser vendidos. O mais caro, um piano vertical da marca Ronisch, feito na Alemanha, custa 9.500 euros, mas também os há desde os 2000 euros.

Na Biblioteca Musical hátambém um acordeão, violinos, guitarras acústicas, e uma guitarra portuguesa. Os livros vão desde música clássica à música moderna. Nomes como Schuman, Verdi, Mozart, Beethoven, mas também de artistas contemporâneos como guias de guitarra de Metallica, Madonna ou U2.

Os livros de piano são os mais vendidos. "É quase tudo importado, em Portugal são raras as editoras musicais", refere Celeste. As pautas, que se acumulam emgrandes armários, organizadaspor instrumentos e por autor,podem custar entre5 e 50 euros. Não há relíquias. "Todos os livros são vendáveis", afirma. Mas a crise também se fez sentir. O início do ano lectivo costuma ser a época mais produtiva para este estabelecimento. "Este ano está mais fraco", conta a empregada da loja.

"Mesmo assim vamos vendendo", acrescenta com a naturalidade de quem já viu passar pela loja músicos como Pedro Burmester ouHelena Sá e Costa.

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@Catarina Osório