Na recomendação, a que a Lusa teve hoje acesso, os eleitos do BE na Assembleia Municipal destacam que, este ano, o apoio do município ao festival "aumentou substancialmente" e que o cartão Porto. tem sido utilizado para "implementar medidas que permitam aos residentes do Porto aceder a vários serviços".

"Tendo em conta o valor dos bilhetes e os rendimentos reduzidos da população portuguesa, torna-se mais difícil senão mesmo proibitivo adquirir ingressos para este festival que se realiza na cidade do Porto", destacam os deputados, notando que nas edições do Primavera Sound em Barcelona ou Madrid são aplicados descontos aos residentes.

Nesse sentido, o BE propõe que a Câmara do Porto, através do cartão Porto. ou de "outro meio adequado", possibilite bilhetes a "um custo mais reduzidos" para os residentes a esta edição do festival.

Paralelamente, o BE quer que a autarquia negoceie a possibilidade de "aplicar uma taxa diferenciada" para os residentes nas próximas edições do festival, à semelhança do que acontece em Barcelona ou Madrid.

A sugestão do BE foi proposta ao executivo camarário durante uma sessão da Assembleia Municipal, na qual foi discutida e aprovada a atribuição, através da empresa municipal Ágora, de um apoio no valor de 650 mil euros anual para a realização das edições de 2023, 2024 e 2025 do festival.

Criticando a falta de apoio por parte do Turismo de Portugal, mas também das empresas de publicidade a eventos realizados no Porto, comparativamente a outras regiões do país, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, assegurou que "não ia dar com uma mão e tirar com outra".

"A ideia parecia boa, mas se aumentamos o apoio de 250 para 650 mil euros, mas disséssemos que tinham de dar um desconto ao cartão Porto, subitamente o valor que estávamos a dar era um presente envenenado", referiu, sugerindo que fosse considerado um apoio adicional ao festival de 200 mil euros, através do qual seria possível atribuir descontos aos cidadãos do Porto.

O festival Primavera Sound Porto assinala a 10.ª edição com mais dias, artistas, investimento e recinto maior, anunciou o diretor do evento, José Barreiro, durante a conferência de imprensa de apresentação da edição deste ano.

O festival 'cresce' de três para quatro dias, de 60 para 76 artistas e para uma capacidade de acolher 45 mil pessoas diárias ao invés das anteriores 35 mil, fruto do aumento do recinto – Parque da Cidade – em cerca de seis hectares, explicou.