A Banda Filarmónica da Ilha está a celebrar cem anos ao serviço da música, comemoração que está a ser vivida com grande intensidade naquela aldeia do concelho de Pombal, distrito de Leiria, reconheceu o presidente da direção.

“É um momento de muita alegria, muita responsabilidade, muito orgulho. Estão todos empolgados, muito empolgados”, disse César Couto à agência Lusa.

A filarmónica vive um bom período, considerou o presidente, lembrando que a banda conta com 55 elementos, “o mais novo com 9 anos e o mais antigo com 72”, além de uma escola de música, que “ensina expressão musical a partir dos seis meses”.

Entre a população e a banda há “uma ligação muito forte”, porque a instituição “consegue fazer chegar às pessoas uma componente cultural que dificilmente conseguiriam ter”.

César Couto destacou “a qualidade acima da média” das obras interpretadas pela sua filarmónica, composta por “músicos que têm isto como ‘hobby’”.

“É um orgulho muito grande”, salientou o presidente.

Ao longo de um século, a forma como as bandas filarmónicas foram entendidas foi evoluindo.

Hoje, notou César Couto, “a sociedade começou a ver as filarmónicas de uma maneira diferente”, porque “ser filarmónico não é só fazer parte daquela fanfarra que tocava nas procissões das festas, é muito mais do que isso”.

Na Ilha, a função da filarmónica “é muito reconhecida” por uma comunidade que o dirigente descreveu como “muito generosa”.

“De outra forma também teríamos bastante dificuldade em sobreviver, porque isto é uma casa que tem bastantes despesas todos os meses. Se não fosse a ajuda da comunidade, seria muito difícil manter esta dinâmica”.

As comemorações do centenário arrancaram em fevereiro, com a inauguração de um mural na sede. Todos os meses têm acontecido eventos assinalando a efeméride, com tertúlias, encontros de bandas, concertos e até um espetáculo de solidariedade a favor da Escola de Cães-Guia para Cegos, de Mortágua.

“É a única do país e quisemos angariar fundos para esse projeto, num concerto em que o público esteve de olhos vendados e as pessoas foram encaminhadas para o lugar por um cão-guia”, recordou César Couto.

Até outubro, quando se comemora o dia de aniversário, há várias atividades, entre elas o “Desconcerto”, em agosto, num espetáculo em que os espetadores se vão sentar junto aos músicos da banda.

Para o futuro, a Banda da Ilha ambiciona o melhoramento das instalações.

“Vamos iniciar com o apoio da Câmara Municipal [de Pombal] o revestimento acústico do interior da sala, um investimento na ordem dos 120 mil euros e temos a necessidade de reformular a nossa farda, um investimento também de algum valor”.

A par disso, a centenária filarmónica da Ilha pretende “continuar a demonstrar ao público que uma banda pode ser muito mais do que uma fanfarra de procissão”, concluiu o presidente da direção.