No início de maio, no concerto dos D’ZRT, a Altice Arena apresentou oficialmente seu projeto de Acessibilidade. Por exemplo, no espetáculo da boyband portuguesa, foram disponibilizados coletes sensoriais, através dos quais os surdos sentiam a vibração da música.

"No início de maio concluímos uma série de melhorias no espaço (ao nível do edifício, no acesso ao bar e na estrutura), na promoção da experiência na Arena (audiodescrição e coletes sensoriais) e no nosso site", destaca Jorge Vinha da Silva, CEO da Altice Arena, em conversa com o SAPO Mag.

O responsável pela maior sala de espetáculos de Portugal destaca que foram realizadas melhorias "o nível do edifício, para facilitar ainda mais a entrada de pessoas com mobilidade condicionada".

Além disso, pela primeira vez no espaço, foi criada uma plataforma na plateia para pessoas com mobilidade condicionada, dando hipótese às pessoas em cadeira de rodas de assistirem a um concerto da plateia. Agora, o bar também adaptado para cadeiras de rodas ao nível do deambulatório.

Altice Arena apresenta projeto de acessibilidade:

Para Tiago Maia, espectador com mobilidade condicionada, "assistir a um concerto na Altice Arena é simplesmente fantástico e creio que as mudanças realizadas e as ações de associações, como a Access Lab,  fazem toda a diferença". "São importantíssimas para a inclusão", frisa ao SAPO Mag.

O espectadores elogiam ainda as mudanças realizadas no bar e destaca a plataforma na plateia para pessoas com mobilidade condicionada. "Tinha uma amiga na plateia e disse-lhe: 'olha estou aqui, estou na plateia, na plataforma'. Ela veio e esteve comigo um bocadinho. Isso é totalmente diferente", confessa, acrescentando que irá regressar à Altice Arena para o concerto da banda Quatro e Meia.

Nos últimos meses, a sala de espetáculos também apostou em vários projetos piloto, como a estreia da audiodescrição no concerto de André Rieu. "Experiência em alguns concertos: integração de audiodescrição, que tem associada a designação de uma sala para o audiodescritor descrever em direto os elementos visuais chave do espetáculo. Desta forma, as pessoas com deficiência visual, intelectual, dislexia e idosos acompanham o espetáculo através da narração por um auricular", explica o CEO da Altice Arena.

Altice Arena apresenta projeto de acessibilidade:

Jorge Vinha da Silva destaca ainda a "integração de coletes sensoriais para pessoas surdas, que são acompanhadas por intérpretes de Língua Gestual Portuguesa". "A Altice Arena estreou em Portugal uma tecnologia sensorial inclusiva, que permite sentir a vibração da música e assim acompanhar o ritmo do espetáculo", frisa.

Para Patrícia Quitéria, que usou os coletes sensoriais durante um concerto, a "experiência incrível e maravilhosa". "Tenho surdez profunda e na maioria de concertos, ouvia mais o ruído e as interferências em vez de ouvir a música em si. Com a utilização dos coletes sensoriais e com a interpretação da letra das Canções através da Língua Gestual Portuguesa, consegui sentir a música, o ritmo, as vibrações musicais e o som como um todo", conta.

"Senti-me incluída na sociedade e estava a 'ouvir' e sentir um concerto como um pleno, acompanhei o espetáculo de forma mais completa. Foram superadas as minhas limitações auditivas", sublinha a espectadora ao SAPO Mag, acrescentando que "este projeto permite ultrapassar todas as barreiras e garante a acessibilidade e equidade".

Já o site da Altice Arena responde agora "de uma forma mais otimizada a vários níveis de deficiência e conta com uma página – Acessibilidade – onde se pode encontrar todas as informações pertinentes para esta comunidade".

Altice Arena apresenta projeto de acessibilidade:

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"Durante o ano passado promovemos alguns testes-piloto, de forma a reunir o feedback e promover as melhorias referenciadas. Mas, efetivamente, o feedback tem sido muito positivo, principalmente porque, para algumas das pessoas, foi a primeira vez que assistiram a um concerto ao vivo. É muito gratificante saber que estamos a fazer a diferença e que conseguimos democratizar a experiência musical e tornar a cultura cada vez mais acessível para todos", confessa o CEO.

 A celebrar 25 anos, a equipa da Altice Arena quer continuar a apostar em mudanças para garantir que todos podem assistir a espetáculos, sem barreiras. "Sim, continua a ser um dos nossos objetivos pois temos como premissa tornar a Altice Arena mais acessível para todos, independente da sua condição", frisa Jorge Vinha da Silva.

"Ao integrarmos as melhorias mencionadas no nosso espaço, estamos a elevar a experiência de todos aqueles que nos visitam. Iremos ter cada vez mais eventos em que disponibilizaremos a audiodescrição e os coletes sensoriais", remata.