Os números não deixam margem para dúvidas: Taylor Swift já é uma das maiores artistas da história da música e a “The Eras Tour”, além de bater recordes, é uma das digressões mais aclamadas. 18 anos depois do lançamento do seu primeiro álbum, em 2006, a cantora norte-americana estreou-se em Portugal. Esta sexta-feira, dia 24 de maio, a ‘loirinha’ subiu pela primeira vez ao Estádio da Luz, em Lisboa, e foi recebida com total euforia por mais de 65 mil pessoas. Este sábado, 25, a festa repete-se.

Foram meses e meses de preparação e de ansiedade: depois da corrida aos bilhetes (uma verdadeira “Great War”), os ‘swifties’ começaram a preparar-se para receber a superestrela da música. Para milhares de fãs, seria a primeira vez que iriam ver ao vivo e a cores a cantora que lhes faz companhia em todos os momentos e ouvir as canções que estão sempre em loop nas suas playlists.

As expectativas e a ansiedade foram alimentadas pelos milhares de vídeos partilhados nas redes sociais ou pelo filme-concerto da “The Eras Tour” - todos os swifties conhecem o alinhamento de cor, os gestos da artista ou as histórias, mas nada diminuiu a curiosidade… até pelo contrário, só alimentou.

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créditos: TAS Rights Management

Taylor Swift chegou a Portugal depois de levar a sua digressão a Paris, em França, e a Estocolmo, na Suécia. O concerto em Lisboa foi o primeiro da parte europeia em estádio sem cobertura. Antes da abertura de portas, nas imediações da Luz e um pouco por toda a cidade, a alegria dos fãs era contagiante - outfits brilhantes no metro - há quem quem escolha o vestido de “Enchanted” ou o vermelho de “I Bet You Think About Me” , o uniforme de cheerleader de “Shake it Off”, o macacão de “Reputation”, a capa verde de “Evermore”, ou equipamento do clube de Travis Kelce -, troca de pulseiras nas ruas, cantoria e muita, mas mesmo muita, felicidade.

Mas nem todos conseguiram entrar com tranquilidade no recinto. Segundo vários relatos nas redes sociais, registaram-se vários atrasos na revista, tendo sido publicados vídeos de barreiras de segurança derrubadas.

Tal como previsto, as portas do Estádio da Luz abriram às 16h00. Devido às longas filas nas entradas, os Paramore só subiram a palco às 19h03 - 48 minutos depois do previsto.

Em palco, a banda liderada por Hayley Williams faz uma pequena viagem pela carreira com temas como "Hard Times", "The Only Exception", "That's What You Get" ou "This Is Why". 

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créditos: TAS Rights Management

Em Lisboa - depois do pedido de Taylor Swift em Estocolmo -, o grupo juntou ao alinhamento o tema “Misery Business”, do álbum ”Riot!” (2007). Pelo meio, a banda norte-americana faz ainda uma versão de "Burning Down the House", dos Talking Heads - a canção faz parte do álbum de tributo ao grupo de David Byrne, que conta com a participação de vários artistas. 

Às 20h17 - um pouco mais tarde do que o planeado -, Taylor Swift subiu ao gigantesco palco instalado no Estádio da Luz. Nos primeiros segundos, a ovação da multidão fez-se ouvir com considerável eco e foi presságio do que seria a noite. Nos primeiros acordes de “Miss Americana & the Heartbreak Prince”, houve uma explosão coletiva de emoção e adrenalina: o sonho de muitos swifties estava a tornar-se real.

"Muito obrigada", agradeceu a artista em português, merecendo uma ovação dos fãs.

Como acontece em toda a digressão, Taylor Swift abriu o espetáculo com a era “Lover”, e depois de “Miss Americana & the Heartbreak Prince”, seguiu-se "Cruel Summer", com a multidão a soltar as vozes na famosa ‘bridge’ da canção - “I'm drunk in the back of the car/ And I cried like a baby comin' home from the bar/ (Oh) Said, "I'm fine," but it wasn't true/ I don't wanna keep secrets just to keep you”. Foi o arranque perfeito num final de tarde quente e com a luz de Lisboa a destacar-se.

Depois de "The Man", em que passeia por uma mega estrutura montada em palco, "You Need to Calm Down" e "Lover", a ‘loirinha’ recordou “Fearless” com o tema que dá o nome ao álbum, "You Belong With Me" e "Love Story". Para o momento, a cantora apostou no seu vestido dourado.

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créditos: TAS Rights Management

"Lisboa, bem-vindos à 'Eras Tour'", disse a cantora, em português. "Esta é a minha primeira vez em Portugal e é assim que nos recebem? (...) Quando eu saí e vi este público, vocês tiraram-me o fôlego; o meu coração bateu tão rápido, fizeram-me sentir tão sortuda. Obrigado por virem ao concerto", agradeceu.

A era "Red" (que contou com um Estádio a fazer pandã), arrancou com "22", carimbado com o famoso momento em que a artista oferece um chapéu a uma criança. A multidão dançou e cantou sem parar, e a energia multiplicou-se com  "We Are Never Ever Getting Back Together" e "I Knew You Were Trouble".

"Estamos na era de 'Red'. Uma das minhas coisas favoritas na 'The Eras Tour' é voltar às minhas memórias favoritas", contou, confessando que sempre lamentou não ter viajado com todas as digressões pelo mundo.

A pequena conversa intimista com a multidão - parece um contra-senso, mas a verdade é que Taylor mostra-se sem filtros -, abriu caminho para um dos momentos mais marcantes da noite, com “All To Well (10 Minutes Version)”. Durante dez minutos, as 65 mil pessoas cantaram todos os versos a uma só voz, com o estádio a iluminar-se com as pulseiras oferecidas pela artista. 

Os corações dos fãs continuaram a bater forte com "Enchanted", a única canção do alinhamento da era "Speak Now". O longo vestido usado por Taylor Swift ajuda a criar um cenário que faz lembrar um conto de fadas.

Depois da emoção, hora de limpar as lágrimas e todos estavam prontos para um dos momentos mais poderosos da noite, com "Reputation". Com o seu habitual macacão, com um olhar forte e denominador”, a artista enfeitiçou a multidão com “Ready for It?", "Delicate", "Don't Blame Me" e "Look What You Made Me Do".

TAYLOR SWIFT

Era após era, o palco transforma-se e, ao vivo, a grandiosidade é ainda mais surpreendente. Tudo está pensado ao pormenor e Taylor Swift faz-se acompanhar por uma banda bem oleada e um grupo de bailarinos que brilha em palco.

Tal como contou em Paris, na nova fase da digressão, Taylor Swift decidiu juntar os álbuns "folklore" e "evermore", dois "discos irmãos que nasceram durante a pandemia". Na grandiosa casa instalada no palco da Luz, a cantora aqueceu os corações com "cardigan" e "betty". 

Depois, soltou todas as emoções com "champagne problems" - durante a atuação, em português, Taylor Swift pediu para a equipa ajudar uma fã - e, no final, foi surpreendida com uma gigantesca ovação de mais de três minutos. "Eu amo-vos. Adoro-vos tanto, tanto. Nunca na vida vou querer esquecer este momento aqui em Lisboa, Portugal", agradeceu, surpreendida, com a reação da multidão.

No alinhamento seguiu-se "august", "illicit affairs", "my tears ricochet", "marjorie" e "willow", onde se “rodopiou” pelo palco com o seu longo vestido.

Duas horas depois do início do concerto, a energia da multidão não desvaneceu - até pelo contrário, era recarregada a cada canção. Depois do momento mais calmo com "folklore" e "evermore", o Estádio da Luz voltou a colorir-se para a era "1989" - com "Style", "Blank Space", “Shake It Off", "Wildest Dreams" e "Bad Blood", a norte-americana convidou todos para uma grande festa e dança (e aqui sem lágrimas).

Depois dos tons azuis de “1989”, o branco de “The Tortured Poets Department” invadiu o recinto. O novo álbum de Taylor Swift, editado a 19 de abril, merece um destaque especial no concerto, num segmento batizado como “Female Rage: The Musical”.

"But Daddy I Love Him" serve de pontapé de saída para a nova era, com a cantora a mostrar toda a sua garra. Sempre em sintonia com a multidão, seguiu-se "So High School", "Who's Afraid of Little Old Me?" e "Down Bad", que abriram caminho para "Fortnight", com Taylor Swift a 'saltar' para uma gigantesca cama. Do novo álbum, a cantora trouxe ainda "The Smallest Man Who Ever Lived" e "I Can Do It With a Broken Heart".

taylor swift

Planeado durante mais de nove meses, o ato de “The Tortured Poets Department” é um dos mais marcantes de todo o concerto - a artista entrega-se de corpo e alma às novas canções e toda a produção foi pensada ao detalhe para surpreender os fãs europeus.

Depois da era dedicada ao novo disco, Taylor Swift ficou sozinha em palco, apenas com a sua guitarra e piano, para apresentar canções surpresas. Na etapa europeia da digressão, a artista decidiu acabar com todas as regras. 

"Esta multidão é uma das mais memoráveis. (...) A partir de agora, quando estiver aqui, vou querer voltar", confessou, arrancando o mashup de "Come back... Be here", "The Way I Loved You" e "The Other Side of The Door". Já ao piano, a estrela cantou "Fresh out The Slammer" e “High Infidelity".

Do momento intimista, Taylor Swift mergulhou para “Midnights” e, quase três horas depois, ninguém acusava cansaço e o sentimento era geral: “passou a voar”. Para o final, a cantora trouxe "Lavender Haze", "Anti‐Hero", "Midnight Rain", "Vigilante Shit", "Bejeweled", "Mastermind" e "Karma", que carimbou um final apoteótico e de celebração total.

Durante três horas e 15 minutos e 46 canções, Taylor Swift leva todos para o seu mundo e os swifties sentem que fazem parte dele. O espetáculo que a cantora oferece é um presente para todos a que acompanham. É uma experiência coletiva única mas, ao mesmo tempo, muito pessoal - cada um vive de forma diferente as canções, mas todos se sentem unidos.

Este sábado, dia 25 de maio, Taylor Swift volta a pisar o palco instalado no Estádio da Luz, em Lisboa. E, pela amostra do primeiro concerto, a cantora poderá voltar e será sempre recebida com a maior das ovações.