Com os festejos do 20º aniversário de "Titanic" (1997) regressou o debate habitual sobre o controverso momento em que Jack Dawson (Leonardo DiCaprio) se sacrifica para que Rose DeWitt-Bukater (Kate Winslet) fique em cima de parte de uma porta de madeira em alto-mar até ser salva pelo único salva-vidas que procura sobreviventes.

Não havia espaço para os dois? Experiências científicas como a do programa de Discovery Channel "Mythbusters" chegaram à conclusão que sim, a porta tinha espaço e aguentava com o peso dos dois amantes.

Até Kate Winslet, alvo das piadas por supostamente não querer encolher-se para salvar o amado, disse ao apresentador Jimmy Kimmel há dois anos que Jack "podia ter cabido naquele bocado da porta."

No entanto, o desfecho trágico acaba de ser defendido por Billy Zane, que acha que o que aconteceu é "simplesmente uma boa história".

"O herói tinha de morrer. Não sei o que mais podia ser. Tinha de acontecer", riu-se durante uma conversa com a Entertainment Weekly.

O intérprete de Cal Hockley, o arrogante noivo de Rose que acabava por ser o vilão do filme, está em sintonia com o realizador James Cameron, que arrasou desta forma todas as teorias científicas em 2012: "Vou telefonar ao William Shakespeare e perguntar por que razão Romeu e Julieta tinham de morrer".

Já em novembro de 2017, numa entrevista à Vanity Fair, desenvolveu mais a ideia de que o destino de Jack era inevitável: "Se ele tivesse vivido, o fim do filme teria sido inútil. O filme é sobre morte e separação, ele tinha de morrer. Portanto, se fosse isso ou a chaminé cair-lhe em cima, ele tinha de morrer. Chama-se a isso arte, as coisas acontecem por razões artísticas, não por razões físicas".