Desde que "Flash Gordon" percebeu há oito décadas que os extraterrestres não chegavam em missão de paz, a humanidade sofre com o perigo da destruição nos filmes sobre invasões extraterrestres.

Do clássico de Frederick Stephani de 1936, passando pela saga "Alien" de Ridley Scott, que arrecadou 1,2 mil milhões de dólares, até ao mais recente "O Dia da Independência: Nova Ameaça", os heróis de mais de 500 filmes de invasão espacial arriscaram - e morreram - de formas cada vez mais inovadoras.

A primeira grande produção de ficção científica de 2017 é "Vida Inteligente" ("Life"), do realizador sueco Daniel Espinosa.

Protagonizado por Jake Gyllenhaal, Ryan Reynolds e Rebecca Ferguson, o filme claustrofóbico conta a história de uma tripulação da Estação Espacial Internacional (ISS) que combate uma espécie microscópica, mas de evolução rápida, que já provocou a extinção de Marte e agora ameaça a vida na Terra.

"Vida Inteligente" estreia na sexta-feira nos Estados Unidos, mas já está em exibição em Portugal.

"O ritmo do argumento é abrasador e aterrorizante. Quando estava a lê-lo, tive alguns momentos em que fiquei muito ansioso, o que é um ótimo sinal", disse Gyllenhaal à agência AFP.

"Não há nada que provoque mais medo do que algo que está apenas a tentar sobreviver e que sabe um pouco mais que nós", afirmou Reynolds no lançamento mundial do filme, no festival South by Southwest em Austin (Texas), no último sábado.

Na produção, o ator volta a trabalhar não só com o realizador que encontrou em "Detenção de Risco" (2012), mas também com os argumentias de "Deadpool", Rhett Reese e Paul Wernick.

Poderoso e hostil

As comparações com "Alien, o Oitavo Passageiro" - produção em que um extraterrestre persegue a tripulação de uma nave espacial - são inevitáveis, justamente quando "Alien: Covenant", o sexto filme da série, tem estreia marcada para maio.

"Quando 'Alien' foi feito estávamos na era pós-atómica, quando todos estavam a olhar para o futuro. Os jovens de hoje vivem num mundo tão caótico que não pensam muito no que pode acontecer dentro de dez anos, muito menos 100 anos", disse Espinosa.

O objetivo, completou o realizador, era criar uma trama verossímil, possível para a atualidade: a descoberta do organismo de uma célula em Marte e o transporte para a ISS, onde este cresce, ganha força e se torna hostil.

Para manter o enredo dentro da "realidade científica", a produção consultou o geneticista britânico Adam Rutherford, que escreveu diversos livros sobre modificação genética e a criação de novas formas de vida.

A seguir, a equipa do filme criou um organismo original que muda de forma e se adapta ao ambiente, além de conseguir imitar qualquer coisa com a qual entra em contato, ficando cada vez maior, mais forte e ameaçadora.

Para tornar a história mais convincente, o argumento explica que o organismo não ficou exposto à radiação solar no planeta vermelho, e sim em hibernação.

As primeiras críticas foram divididas, com o The Hollywood Reporter a considerar o filme de "decepcionante", mas outros celebraram a realização e o elenco multicultural, que inclui ainda os atores Hiroyuki Sanada, Ariyon Bakare e Olga Dihovichnaya.

Trailer.